terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O toque no corpo e na alma


Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana seja apenas outra alma humana. Carl Jung

Qual a importância da carícia em nossas vidas? Quanto estamos abertos e receptivos para dar e receber carícias?
Muitos são os tipos de carícias positivas, desde um simples toque, um abraço, um beijo, um cafuné; até palavras de incentivo, de apoio, de elogios, de reconhecimento e de limites.
Desde a infância o indivíduo busca e necessita desse olhar, desse toque , dessa forma de amor, que nem sempre vem.
De acordo com Maria Olímpia Leite Botura, em seu livro “Educar com amor dá certo” :
“A criança quer e gosta de ser tocada, beijada, mimada, olhada e percebida pelas pessoas. Os adultos também precisam desses estímulos. Do bebê ao vovozinho, as carícias são tão fundamentais para a saúde – tanto física quanto mental – como os alimentos que ingerimos.”
A falta da carícia, dessa demonstração de amor,  pode resultar em dificuldades de : aprendizagem,  emocionais e físicas. Não receber atenção é como morrer aos poucos.
Na Super Interessante a Diretora do Instituto de Pesquisa do Tato, da Escola de Medicina da Universidade de Miami e autora do Livro Touch, Tiffany diz que “a diminuição da violência é apenas um dos inúmeros benefícios que o toque pode trazer às pessoas.Seu livro revela que o contato físico além de aliviar o estresse e a ansiedade, teria efeitos positivos no crescimento, na respiração, nas ondas cerebrais, na freqüência cardíaca e até no sistema imunológico, ajudando no combate às doenças.”
A questão é, que as pessoas se tocam cada vez menos, e a cada dia que passa estão mais fechadas no seu mundinho, seja ele virtual ou real e cresce o número de pessoas adoecidas, entristecidas e carentes.
É importante que resgatemos a nossa capacidade de dar e receber carinho, a nossa conexão com o outro favorecendo a intimidade entre as pessoas com quem convivemos.
Ainda segundo a autora Maria Olímpia: “Nunca é tarde para buscar a carícia de que se necessita. Se temos ainda pais vivos, vamos até eles, conversemos e peçamos o afeto de que precisamos. Veriquemos também o que lhes podemos dar, seja uma declaração de admiração, a recordação de um momento importante na convivência familiar ou a valorização de um momento de esforço e compreensão.Essa troca de carícias fará bem para todos e dará um novo sentido para a vida.”
Penso, que se não existe mais a possibilidade de buscar essa carícia nos pais , que busquemos nas relações atuais, seja com namorado, amigos, filhos, marido, e até conosco mesmos, pois há muitas pessoas que buscam por carinho e atenção, mas nunca se fazem um agrado, nunca se dão sequer um carinho.
Se dê colo, carinho, toque, cuidados, se trate com amor e compreensão e aí sim busque dar e receber carinho das pessoas que te cercam.
O corpo e a alma necessitam de toque e carinho!


Márcia Cortez – Psicóloga Clinica Junguiana

Referências bibliográficas: Educar com amor dá certo – Maria Olímpia M. Leite Botura
                                            Super Interessante  -  O poder o toque -Novembro de 2002