terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sobre sexualidade - Parte 1

Estava vendo uma revista e observando que um dos temas preferidos é sexo, me deparei com o fato de que nunca escrevemos sobre sexo e sexualidade no blog. E é um tema bastante importante para a vida de todos e para diversas idades.


Pensei em começar a falar sobre sexo antes e depois, ou seja, a história da sexualidade na nossa cultura.
Na década de 60, 70 e em alguns locais e até algumas famílias dava-se importância para a virgindade. Claro que o movimento feminista começou a mudar esta história neste período, mas no senso comum as mudanças chegaram a bem pouco tempo. As famílias tentaram permanecer por muito tempo os valores de manter as filhas virgens. Só as filhas, os filhos não, estes tinham que ter relações sexuais.
A menina precisava se manter virgem para mostrar que era uma moça de família e uma moça “direita”, os moços só casavam com moças virgens.
Falas como “cuidado com homem”, “homem só quer usar a mulher e depois joga fora”, “homem não é gente”, “homem só valoriza a mulher se ela for virgem”... eram falas que as mães usavam para manter suas filhas intactas. 
Assim a mulher foi crescendo, dentro de um padrão repressor da sexualidade, recebia as informações e as transformavam em algo ruim.
Causando para muitas um retraimento, pois além de medo dava a impressão que sexo é feio e sujo. Muitas mulheres faziam sexo, em seus casamentos, por obrigação, sem sentir prazer. O maior prazer estava em engravidar e ter filhos.
Isso foi mudando com o passar dos anos, da década de 90 para cá, porém fico me perguntado se não fomos parar em um outro extremo, em que as mulheres fazem sexo com todos e todas que sentirem vontade. Sem conhecer, sem afinidade, se cuidados. E passam a ser reféns do coração, pois podem se apaixonar por qualquer um(a), de doenças e de gravidez indesejada.
Também o excesso de liberdade pode ter seus prejuízos. O ideal, sempre é o equilíbrio.

Quanto às meninas e meninos que escolhem se manter virgens

Sabe-se que ainda existem grupos de jovens, ou jovens que participam de grupos que optam por se manterem virgens.
Em geral jovens que freqüentam alguma instituição religiosa fazem esta opção, e o mais interessante, acompanho alguns destes e falo com certo conhecimento, mas não com verdade absoluta, que eles escolhem, não é forçado, na maioria não é por medo, não é por imposição e sim por escolha. Escolha baseada em crenças e valores mas ainda escolha; em alguns casos mesmo que não haja a virgindade por algum motivo, mas há a escolha de se abster de sexo antes do casamento.
E defendo que toda escolha deve ser respeitada.

Meu objetivo não é julgar quem está certo ou errado mas começar a refletir sobre sexualidade. Pode ser  interessante este jogo de abster-se.
Em outro artigo, que falo sobre relacionamento, trago a idéia de que hoje os homens não querem se casar porque tem sexo a hora que quer, livremente. Parece que o mistério se perde, fica tudo fácil e se perde também o interesse. E o pior, se perde também o respeito. Ainda ouço jovens rapazes falando que quer namorar com uma moça que seja séria, e muitas vezes por séria eles querem dizer moças que não saem transando com todo mundo.
Já ouvi também jovem falando que até gosta de “fulana”, mas para namorar não dá porque ela sai com muitos homens.

Bem.... não cabe-nos julgar. Muito menos apontar o que é certo e o que é errado na vida do outro, podemos e devemos sim, julgar o que é certo para a nossa vida. Fazer as melhores escolhas para nós mesmos.
 
Mas uma pitadinha de bom senso faz bem para todos e todas as idades.




Por: Cristina Souza - Psicóloga

sábado, 10 de agosto de 2013

Pai - você se foi....

Pai

Hoje minha homenagem vai para aqueles que, como eu, o pai já se foi.

Sinto muita falta do meu pai, tenho muitas lembranças da vida com ele.

Quando criança eu era seu bibelô, vivíamos grudados, ele era autônomo, comerciante e  sempre fazia compras por toda São Paulo e eu ia junto.
Vejo a imagem, ele grande, forte, alto e eu uma princesinha, andando ao lado do Rei, cabelos longos, pele clarinha e gordinha. Saltitava pelas ruas segurando as mãos do meu PAI.
E ele carregava-me como a um troféu, tinha orgulho de mim, fazia questão de me levar.

Nunca brigou comigo e fazia todos os meus gostos, e ainda ordenava que os outros também fizessem todos os meus gostos.

Hoje vejo pessoas cobrando que o pai não brinca, não conversa.
Meu pai não brincava e muito menos tinha diálogos comigo, mas ele estava lá. Sempre presente. E eu sentia sua presença, seu olhar, sua proteção, sua admiração e seu amor. Sentia-me segura, porque o meu pai, sempre estava lá, cuidando e protegendo-me.

Lembro-me de uma viagem para praia, fomos para casa de um tio, acho que era inverno porque a praia estava deserta, nós dois caminhando e eu pegando conchinhas, correndo, molhando os pés e ele lá, me acompanhando, cuidando e observando. Foi um lindo passeio... parecia cena de filme.

Eu cresci, adolesci e ele continuava lá, em seu silencio mas atento, respeitava minhas escolhas, minhas idéias e meus ideais.

Ao ver minhas lágrimas ele se incomodava, não interferia, mas estava lá... se eu precisasse, estava lá.
Eu virei adulta e ele se foi. 


Mas o que posso deixar aqui é talvez uma reflexão para aqueles que vivem a cobrar.

Não, o meu pai não era perfeito, nem como marido, como profissional, e em outras áreas da vida também não, mas era o meu pai.

Ele não rolava no chão comigo, não tinhas longas conversas, mas era o meu pai.
E eu o amo exatamente da forma que ele era. Sem procurar e sem colocar defeitos, porque o amor puro é assim... simplesmente ama.

Talvez algumas pessoas possam refletir ao ler este artigo e re-pensar a relação com o pai, e eu aconselho que o faça, sabe porque? Um dia ele, seu pai, vai embora e pode ser muito tarde.

O meu foi embora cedo, mas como meu amor por ele era grande, não foi tarde, porque ele sabia que eu o amava, e ele me amava, e ele tinha orgulho de mim.

Eu também tenho orgulho de mim, da mulher que me transformei, da esposa que sou, da mãe, profissional, etc.  e parte de tudo que sou devo a ele, meu pai. E sou grata porque muito da minha alegria e felicidade recebi dele, de seus cuidados de seu amor.

Meu objetivo com este artigo, não é ser melancólica mas é falar para você:

Fazer o melhor com a vida é fazer o melhor com o que recebemos dela.

Ame o seu pai, sem cobranças, sem ideologias, sem utopias...
Ame-o como ele é e seja feliz!
Aproveite enquanto o tem, seja perto ou longe...

Feliz Dia dos Pais e todos os outros junto a ele, o seu PAI.


Por: Cristina Souza - Filha

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Mãe & Filha

Passar o dia inteiro ao lado da filha, de 12 anos, é literalmente uma viagem.
Uma mistura de emoções e sensações. Grandes reflexões, de todos os tipos, formas e tamanhos.

Mais especificamente duas reflexões:
Ver seu encantamento pela vida, seu sorriso sem motivo e o brilho em seus olhos me remetiam a todo momento à própria adolescente que fui. Via-me nela em muitos momentos. Como se ela fosse um espelho. A alegria “boba”, por comprar um revista, por lembrar de uma amiga, por ser olhada por um menino. A leveza da alegria. Alegria sem preço.
Vê-la se encantar com sua Banda preferida, One Direction, coincidentemente 5 rapazes (mininos) que me fazem lembrar outros cinco, da década de 80, mesmo perfil, mesmas posições em suas fotos e posters. E mesmo encantamento e amor de uma adolescente por seus “ídolos”. E ao olhar neste lindo espelho só me vem gratidão, gratidão porque pude viver tudo isso, porque tive pais que me proporcionaram ser uma adolescente feliz e gratidão por poder hoje, eu proporcionar esta alegria a alguém que é minha.

 anos 80      2013 
Menudo                                                            One Direction


Saudades? Não. Porque enquanto olho estas imagens também tenho novas imagens para formar, hoje profissão, relacionamento, conquistas, novos projetos de vida, pós graduação e ser mãe de não só uma, mas duas adolescentes. 
Não dá tempo para saudades,  dá sim muita alegria poder perceber que os anos passam, mas a vida continua, intensa.

Outro ponto que me fez refletir no dia de hoje é sobre a transformação, como se transforma uma criança em adolescente e muitas vezes nem percebemos, perdemos mesmo.
Mudam as roupas, troca-se os tons de rosa por preto, verde, bege, etc. mudam os gostos, troca-se gibis da Turma da Mônica por celular, música e revistas teens, troca-se o alimento, que antes era batata frita e hoje o prato é recheado de alimentos diversificados. Parecem bobeiras, mas não é, é a transformação nítida de uma criança em adolescente, são detalhes ricos, importantes, porque a cada dia nasce uma nova filha e assim como a cada dia é uma nova filha também deve a cada dia ser uma nova mãe, outrora mãe de bebê, depois mãe de criança e hoje mãe de uma adolescente com todos os conflitos, com toda a energia e com toda a intensidade de uma adolescente. 
Dramática, risonha, nervosa, alegre e triste, emoções oscilando a cada minuto e se deixamos passar despercebido os pequenos detalhes, nunca as acompanhamos.

Sou grata a Deus, pelo dia de hoje 07/08/13. Pelas observações que pude fazer e principalmente pelas filhas que tenho.
 
Se você é mãe/pai de adolescente acredite, vale a pena ficar atento aos detalhes, nossos filhos crescem e precisam do nosso olhar, principalmente na adolescência.


Por: Cristina Souza