Às vezes me pego a pensar se fiz o caminho certo, se fiz o melhor caminho, as melhores escolhas.
Fazer uma retrospectiva ou lembrar de alguns anos passados me levam a essas questões. A frase "se eu tivesse a idade de um jovem com a cabeça que tenho hoje" faz muito sentido quando estamos na idade da maturidade,
Nos deparamos com uma infinidade de possibilidades, com escolhas, oportunidades e sempre estamos diante de momentos decisivos. E os resultados dependem das escolhas, mas nunca sabemos deles, resultados, sem antes vive-los.
Algumas vezes nem temos escolha, a vida vai dando o rumo e vamos deixando-nos levar.
Quando bem jovem, 14 anos, idade em que iniciei a vida profissional, relacionamentos, descobertas, etc. idade em que saí mesmo da infância, não tinha como hoje uma clareza: o que quero pra mim? O que será melhor? Como quero estar daqui a alguns anos. Quanto quero ganhar, que tipo de marido quero ter, onde quero morar, nada disso era pensado e traçado.
Tinha muitos sonhos e eles se contradiziam, alguns não davam para caminharem juntos e por falta de discernimento fui sendo levada. Por exemplo: queria casar e ser mãe ao mesmo tempo que queria ter uma profissão que me permitisse viajar muito. (para algumas pessoas essa junção é perfeitamente cabível, mas para mim, olhando hoje, seria sofrida).
Alguns sonhos defini como metas, a escolha da minha profissão foi minha maior meta, tive que ser muito persistente para realiza-la. Mas as demais coisas simplesmente fui vivendo.
Sim, eu gostaria de ter ao menos um pouco da "cabeça" que tenho hoje; saber avaliar melhor sobre minhas escolhas e meus caminhos. Mas cheguei até aqui. Entre amores e dissabores, quero crer que com saldo positivo.
E agora?
A vida ainda não acabou, e sempre nos deparamos com novas possibilidades, novas oportunidades e novos caminhos. Nos deparamos com o desejo de jogar tudo para o alto e ao mesmo tempo permanecer. Caminhos opostos, caminhos novos e até aqueles nunca imaginados. E Agora? Porque a cabeça já é outra, dá pra pensar e tomar decisões com a maturidade. Mas acabamos por escolher deixar a vida nos levar. E apenas em uma ou outra situação é que pensamos, pesamos e analisamos antes da escolha.
É mais fácil assim, fazer escolhas envolve outras pessoas e precisa de coragem... então nossa escolha no geral é: DEIXA A VIDA ME LEVAR e uma ou outra vez fingimos que escolhemos.
Talvez sejamos covardes, pensamos no outro e não em nós e ficamos nos devaneios: Como seria se eu tivesse feito outras escolhas?
O importante é que agora temos a maturidade, as oportunidades, as possibilidades e é só escolher o melhor caminho.
Seja qual for o caminho virá repleto de flores e espinhos, então talvez o compositor esteja repleto de razão: DEIXA A VIDA ME LEVAR.
Por Cristina S. Souza
Psicóloga Clinica