É possível viver de clínica? Quem
nunca se fez esta pergunta? Quem nunca ouviu esta pergunta de um colega?
Vim aqui para dizer que sim, é
possível viver de clínica. Me formei em 2002 e desde então minha única fonte de
renda é a clinica.
Ainda no primeiro ano da
faculdade ouvi do professor de ética, então diretor da faculdade, que
atendimento clínico é o filét mion da profissão e que é impossível viver de
filet mion, precisamos do arroz e do feijão. Desmotivador. Sei que todos ou a
grande maioria dos estudantes de Psicologia ouviram coisas similares,
desmotivados foram para outras áreas de atuação, muitos com a doce ilusão de
conciliar oura área com atendimento clinico.
Conheço pessoas que estão na área
organizacional e com grandes frustrações, pois o desejo é ter uma clinica, ou
um local em que pudesse atuar e clinicar. Conciliar emprego CLT com consultório
é possível, porém bastante difícil. Quando estamos em uma área, temos que
estudar, ler, especializar-se; fazer o
mesmo para duas áreas distintas é quase impossível, além de ter que conciliar
profissão com vida pessoal. Normalmente segue-se uma ou outra área de atuação,
claro que existem as exceções. Mas o comum é seguir apenas uma área.
Escolhi seguir a área clinica e sou
feliz com minha profissão e com minha escolha, amo meu consultório, amo os resultados
que vejo em meus clientes/pacientes. É gratificante ver pessoas saírem de suas
crises, da dor e do sofrimento e retomar a vida.
Também vim aqui compartilhar um
pouco do meu caminho: uma caminho nada convencional.
Após me formar fui fazer um curso
de Hipnose, esta ferramenta é reconhecida e aceita pelo CRP como ferramenta do
Psicólogo. Fiz a Hipnose de Milton Erickson, que é um método bastante humano de
trabalhar com a hipnose. Neste curso aprendi que a relação paciente/terapeuta
não precisa ser tão quadrada e rígida como nos ensina a faculdade; o papel das
universidades e de nossos professores é nos ensinar as teorias da forma mais
fidedigna possível, mas lá fora, podemos dar uma arredondada, podemos dar nossa
carinha para o nosso trabalho e assim comecei a construir um caminho.
Utilizo a hipnose nos
atendimentos, quando necessário, a hipnose é uma ferramenta de solução, tenho a
base da psicanálise, assim identifico nas sessões quais as possíveis causas de
uma neurose ou conflito do paciente e com esta ferramenta faço uma incisão. Por
exemplo: se os conflitos do paciente foi gerado por uma fala do pai na infância,
é possível fazer uma regressão, ir até aquele momento da infância e dar um novo
significado para aquele momento. Com novo significado, novas experiências e
nova vida.
Após terminar o curso de Hipnose
fui convidada para fazer um curso de Programação Neurolinguistica, que nasce da
Hipnose, vem dos conceitos de Milton Erickson, a diferença é que são técnicas
realizadas de forma ativa, exercícios simples que contribuem para que o cliente
possa dar novos sentidos ao seu passado, aos traumas, as dores, as vivencias
negativas.
Algum tempo depois fui
apresentada ao método inovador Constelação Familiar desenvolvida pelo Alemão
Bert Hellinger, ao qual estou envolvida e desenvolvendo um livro para mostrar
que nas Constelações encontramos conceitos da psicanálise, linguagem da
hipnose, com base também na teoria sistêmica familiar.
Este caminho me trouxe resultados
junto aos clientes, tornando a psicoterapia breve e focal. Nos dias atuais
poucas pessoas têm tempo e dinheiro para investir em terapias de longo prazo,
quando digo longo considero 5 a 10 anos. Terapia breve, pode durar de três
meses a três anos, depende do cliente, se vem com uma questão para ser
resolvida ou se quer passar pelo processo de auto-conhecimento e se permite
ficar por mais tempo.
O que me leva a manter agenda
cheia é a forma que desenvolvi de atendimento, com utilização das técnicas e recebo muitos pacientes que foram indicados
por colegas de profissão. Além de indicações dos próprios pacientes.
Entendendo a utilização das técnicas dentro da psicoterapia:
Caso 1: uma jovem, junto ao seu pai me procurou porque queria fazer
hipnose para emagrecer. Na primeira sessão observei o auto nível de ansiedade e
agressividade que apresentava.
Proposta: realizar a psicoterapia e dentro do processo iria
aplicando a hipnose ou PNL; considerando sua ansiedade, se iniciasse com
hipnose para diminuir a fome ou comportamento de comer, ela poderia desenvolver
outros sintomas até mais prejudiciais. Só faria o trabalho se concordassem com
este caminho.
Resultado: o pai me parabenizou e relatou que a filha não faria a terapia se eu dissesse que iria fazer
a hipnose e ela iria emagrecer de imediato.
Caso 2: a cliente, de aproximadamente 45 anos de idade me procurou
para fazer hipnose e diminuir as dores que sente no corpo. Relata que sua amiga
sentia dores e em duas sessões de hipnose foram sanadas e ela queria fazer o
mesmo.
Proposta: realizar a psicoterapia e dentro do processo iria
aplicando a hipnose ou PNL, se naquele momento iniciasse com hipnose para
diminuir as dores poderia desenvolver outros sintomas até mais prejudiciais. Só
faria o trabalho se concordasse com este caminho. Neste caso não dispensaria o
acompanhamento médico.
Resultado: a cliente relata que só quer diminuir a dor e não fazer
terapia. Deixei claro que não atuo assim, pois está fora da minha ética
profissional, infelizmente não poderia atende-la e ela se foi.
As técnicas são utilizadas para
atender as necessidades dos pacientes, portanto dentro de um processo
terapêutico, seguindo os conceitos éticos que nos cabe enquanto psicólogos.
Outro caminho que encontrei e me
ajuda a manter agenda cheia é escrever.
Tenho bastante facilidade em escrever e o faço com prazer. Desenvolvi um blog e
sempre que me vem alguma inspiração, lá estou eu escrevendo algum artigo.
Utilizo as redes sociais para apresentar meus artigos e já fui convidada a
participar de programas de TV, rádios e artigos em revistas, os próximos serão
publicados na revista Psicologia da editora Mythos, a convite da própria
revista.
Durante todos estes anos venho
estudando, de 1998 quando iniciei a faculdade até 2015, estive em algum curso.
Fiz diversos que contribuíram para o meu amadurecimento profissional.
Hoje estou do outro lado,
ministro um Curso de Práticas para Psicoterapia Pontual: Hipnose, Constelação e
Programação Neurolinguística.
Outro conflito que vejo nos
colegas é sobre preços, mas vou deixar este tema para uma novo artigo.
Deixo aqui o endereço do site para maiores informações sobre os métodos, no blog também têm artigos sobre Hipnose e sobre Constelação. Coloco-me a disposição para conversar e contribuir com os colegas neste caminho que pode não ser fácil, mas é maravilhoso.
Cristina S. Souza- Psicóloga –
CRP 06-71699
http://www.espacocrescerpsicologia.com/