quarta-feira, 27 de abril de 2016

Bela, recatada e do lar-Porque tanta polemica?

Bela, recatada e do LAR

Hoje acordei refletindo sobre este tema que na semana passada incomodou tantas mulheres. Tudo que nos incomoda é por ter um fundo de verdade que não queremos ver.

Por um lado temos mulheres fortes, determinadas, guerreiras; mulheres que desbravam o mercado de trabalho e financeiro, mulheres que além de profissionais são mães, donas de casa, esposas e ainda conseguem ser belas em sua essência. Mulheres provedoras de seus lares e orgulhosas de seus feitos.

Mas por outro lado temos mulheres cansadas de suas lutas diárias, mulheres que sofrem por ter de deixar seus bebês e filhos pequenos em casa ou em escolinhas, para irem para o mercado de trabalho, mulheres que perdem a convivência com seus filhos adolescentes por ter que pagar suas escolas, seus convênios médicos, comprar seus aparelhos eletrônicos de ultima geração; mulheres que chegam esgotadas e não conseguem ser femininas, não conseguem abrir um espaço para sua vida sexual.

Fico refletindo e não é uma verdade absoluta, mas o quanto da nossa essência é ficar sim em casa, cuidar, limpar, organizar, ficar com os filhos, fazer nossos alimentos e ter paz, sabendo que alguém irá prover todas as necessidades.

Comparo minha mãe com a mãe de uma amiga, ambas com 80 anos: a minha trabalhou a vida inteira, sentia muitas dores no joelho, tinha diabetes e pressão alta, mas apesar de viver de bem com a vida, parecia que tinha um peso ou uma amargura que só era perceptível em seu silêncio e em seu olhar que às vezes se perdia no nada. A mãe da minha amiga, com a mesma idade, parece ter uma alegria de viver, uma molecagem saudável e boa de ver, uma criança interior que foi preservada por ser poupada do inferno que é o mercado de trabalho.

Não que todas as mulheres que trabalham adoecem e todas que ficam em casa são felizes, sabemos que muitas de nós nos realizamos com nossas conquistas profissionais e muitas que estão em casa parece não ter sentido na vida e até se transformam em mães amargas e punitivas. Este texto é uma reflexão sobre a nossa essência, sim somos o sexo frágil, mas lutamos contra isso; somos meninas e vestimos roupas de meninos e vamos à luta.

Sei que muitas me julgarão por este olhar, mas quando se sentir cansada de tantas lutas lembre-se que estamos remando contra a maré, estamos em caminhos duros demais para nós e sim somos guerreiras porque vamos adiante e vencemos nossas batalhas.
Bert Henllinger, psicanalista e filosofo Alemão, relata em seus workshops que a função do homem é estar a serviço da mulher e dos filhos enquanto pequenos, mas nós permitimos isso? Que nossos parceiros se coloquem a nosso serviço ou nós nos colocamos a serviço deles? Porque além de tudo os tratamos como inferior a nós, pois além de trabalhar, somos mães, donas de casa, esposas e ainda sobra um tempinho para sermos filhas, amigas, irmãs, etc.
Sim às vezes tudo isso cansa. Nesses momentos seria bom ser bela, recatada e do lar? Muitas vezes desejei isso, outras não.

Para refletir.


Por Cristina S. Souza – Psicóloga Clinica e Facilitadora em Constelações Sistêmicas