Quando o PRÍNCIPE vira SAPO
O filme Divã tem uma cena que chama a atenção, quando a
Mercedes (Lilian Cabral) relata ao terapeuta que o casamento vai bem e seu
marido é muito bom. No decorrer das sessões começa a perceber que o casamento
está ruim e o marido é cheio de defeitos e começa então uma crise que, no
filme, resulta em separação.
Fato muito comum no processo terapêutico é: mulheres procuram
psicoterapia por motivos profissionais, saúde, educação de filhos, auto
conhecimento, etc. e com relato de que vivi um ótimo casamento; até que na
medida que as sessões vão acontecendo o véu vai caindo e um dia, pronto... O
Príncipe virou Sapo.
Outras procuram terapia exclusivamente para tratar do
relacionamento, estas já vêm sem o véu; também passou pelo processo, de achar
tudo lindo, perfeito e um dia acorda e quem está em sua cama é o sapo. Então
corre para terapia.
Na verdade é melhor estar casada com o sapo, com o real, o
verdadeiro; porque o príncipe era apenas uma ilusão, uma imaginação da esposa;
talvez uma tentativa inconsciente de manter a relação.
Ao descobrir o sapo iniciam novas aprendizagens, novas
adaptações, brigas, descontentamentos, medos, crise.
Mas crise gera solução, se o casal estiver com base no amor e
tudo o que isso implica: respeito, cuidados, diálogo, etc. a relação passará
pela crise. Se o amor estiver abalado, será mesmo mais difícil de superar esta
transição.
Superado, nada impedirá que este marido oscile entre sapo e
príncipe.
Ora será Sapo, cheio de defeitos e ora será Príncipe, aquele
por quem a esposa se apaixonou.
O mais importante é que será real, completo e total.
E o seu é:
a)
Príncipe?
b)
Sapo?
c)
Os
dois? Depende o momento
Por: Cristina S.
Souza - Psicóloga