segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Perfeccionismo - Apóio e Aprovo




 Perfeito

Estive refletindo sobre perfeccionismo, para começar entende-se por perfeccionismo uma tendência exagerada em procurar à perfeição.

Refletindo sobre perfeição fiquei a pensar como seria uma Psicóloga média? Entendendo-se por média nota 5 ou 6. Recebo pessoas no consultório que abrem suas vidas, contam suas dores, entregam seus problemas e se eu fosse média? Como ficariam estas pessoas que confiaram em mim?

E um médico médio? Já pensou uma cirurgia plástica feita por um médico 5 ou 6?

Uma babá? Você entregaria seu bebê a uma babá 5 ou 6?

Um padeiro, já pensou você comendo um pão médio?  


Porque desta reflexão?
No curso que estou fazendo tirei um A, um 10 e um B+, sendo as três primeiras notas, diante disso algumas pessoas comentam que sou “louca” por gostar de estudar, associando minhas notas ao meu gosto por estudar, e gostar é pouco, amo estudar e aprender. E algumas pessoas comentam que já ficavam felizes se tirassem um 6, a média.  Mas não é só nos estudos que gosto de ser A ou 10 ou  B+, é em tudo que faço, ou quase tudo.

Se organizo uma festa como por exemplo, os 15 anos da minha filha e as bodas de ouro da minha sogra quero A, quero  porque tudo que faço procuro fazer o melhor possível dentro das minhas limitações, mas faço com dedicação, empenho, preocupação, esforço, criatividade, enfim... faço o melhor.

Isso pode ser perfeccionismo, que seja. Ver os resultados de um trabalho bem feito não tem preço. É gratificante ver que as pessoas são beneficiadas com o seu melhor, ver a sua capacidade a serviço do outro e a serviço da vida.

Portanto todo estremo tem dois lados, todo perfeccionista terá algo em que ele é falho, por exemplo minhas incapacidades está nos afazeres de casa, cozinhar, limpar, passar, são coisas que faço muito mal. Mas reconheço.


Tendência Patológica?
O perfeccionismo normalmente é mal visto porque o perfeccionista só se vê perfeito, certo, correto e até no dicionário o perfeccionismo é traduzido como tendência patológica de fazer tudo perfeito.

Não dá para ser perfeito em tudo, podemos sim fazer algumas coisas perfeitamente mas outras não, sei que no curso que faço virão notas de algumas matérias que não serei tão boa assim, bem se vir todas boas assim, vou pensar que evolui muito. Mas perceber que tem limites é importante para que o perfeccionismo seja um ótimo aliado e não um inimigo. Reconhecer que em tudo há duas forças positivo e negativo, se reconhecer não perfeito em algumas situações é importante para manter a característica de modo saudável.


Eu sou mas o outro não
Outra característica do perfeccionista patológico é ser impaciente e intransigente com aqueles que não são iguais. Saber que é uma característica para alguns e para outros não e RESPEITAR os limites do outro, é importante para uma boa convivência do perfeccionista com outras pessoas na vida familiar, pessoal, profissional, etc.


Perfeccionistas que não se reconhecem
Tem aqueles que fazem tudo perfeito, tiram notas ótimas, são preocupados mas não se reconhecem como capazes e muito menos como perfeito. Sabe aquela pessoa que após uma prova sai da sala de aula passando mal, chorando e falando que foi péssimo? Não participa das discussões em porta de sala porque fica pior ainda? E quando vem as notas aquele sujeito tirou um 10 bem redondinho e você que saiu tranquilo tirou um 7 bem triangular? São pessoas que se sentem inferior, têm baixa auto-estima e não reconhece suas capacidades. Este tipo de pessoa provoca até a ira dos outros, parecem se vitimizar para chamar a atenção, mas não se vêm nestas situações.

Seria importante olhar e reconhecer suas capacidades, não em tudo mas em algumas coisas.



Percebo hoje crianças e adolescentes, professores e escolas contentes com a média e vejo um mercado de trabalho exigente por pessoas ótimas. Como será então quando estas crianças e adolescentes médios caírem no mercado de trabalho que quer os excelentes? A prova disso é de algumas áreas terem vagas de sobra e não ter pessoas capacitadas para ocupar.

Acho que o ensino se perdeu um pouco com novos métodos de ensino como por exemplo o construtivismo, não que não seja bom, mas as escolas com a ânsia de modernizar acabaram adquirindo conceitos de métodos e não o método verdadeiro e se perderam, hoje temos jovens meio perdidos, felizes com suas médias, acabaram os CDFs, os Nerds, um ou outro é um pouco melhor. Mas este é tema para outra reflexão.

Enfim ser perfeccionista é:

Bom / positivo
Ruim / negativo
Faz o seu melhor
É impaciente
Faz certo
Incompreensivo
Faz com empenho
Invasivo
Faz bonito
Arrogante
Faz com qualidade
Intransigente
Dedicação
Cego às próprias imperfeições
Esforço
Autoritário
Faz para o outro...
Faz para si...



Para ser perfeccionista e isso ser bom é necessário que olhe para o lado direito da tabela e reconheça que precisa melhorar e mudar estas características para ser melhor, para ser quase perfeito, porque perfeito para um ser humano, não dá.


Por Cristina S. Souza –  Psicóloga

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Jovens X Mercado de Trabalho /// Dá pra ser feliz?


Alguns jovens que estão saindo da adolescência e estão em idade de ingressar no mercado de trabalho, têm me assustado com impressões muito ruins do que é trabalhar.
Jovens que têm uma visão de trabalho como algo ruim, fonte de sacrifício, infelicidade e dificuldades.
Muito triste, porque trabalho pode ser muito bom.

Estas impressões ou informações são passadas, com frequencia, pelos pais ou pessoas muito próximas, pessoas que trabalham insatisfeitas, sem sucessos, sem retornos financeiros; pessoas que não conseguiram  realização profissional. 
Também estas pessoas passam para os jovens a informação que trabalho é castigo, que irão ver "como é bom" trabalhar, no sentido irônico da frase. Falas como:
_ Você vai ver quando for trabalhar, ai vai dar valor à vida.
_ Aproveite bem, porque quando você for trabalhar acabou a "mamata".
_ Não vejo a hora de você ir trabalhar, ai você vai ver o que é bom.
Estas e outras formas de informações contribuem para que os jovens criem a idéia que trabalhar é muito ruim, gera então uma falta de interesse pelo trabalho, não havendo empolgação, dinamismo, empenho, etc. 
Também ver pessoas queridas sempre cansadas, insatisfeitas, reclamando e estressadas, contribui para acreditarem que estas situações são frutos do trabalho. E pode ou não, ser. Pode ser por insatisfação pessoal, dificuldades de relacionamentos, falta de sonhos, etc.

O trabalho na vida 
Primeira palavra que podemos vincular a trabalho e que para os jovens é  muito atraente  é Liberdade. Quando inicia no mercado de trabalho logo tem uma remuneração, esta remuneração traz uma certa liberdade financeira, o jovem pode a partir do primeiro salário fazer e adquirir coisas sem precisar de uma autorização prévia, ou sem precisar esperar pelos pais, esta liberdade é acompanhada pelo prazer de poder, poder ter, poder fazer.
Segunda palavra, capacidade. O jovem, muitas vezes inseguro em sua pouca idade e experiencia de vida passa a perceber por meio do trabalho, que é capaz. Capaz de aprender, de fazer, de realizar, crescer, conquistar. 
Isso mesmo, o trabalho pode ser fonte de liberdade e ferramenta para descobrir as capacidades.

Mas não é só isso, trabalhar é conhecer pessoas, conquistar oportunidades e vislumbrar uma escada de crescimento pessoal, profissional e financeiro. 
Trabalho pode sim ser muito bom. Trabalho deve ser muito bom. É lá, no trabalho que passamos maior parte do nosso tempo, por isso quebrar as barreiras, as crenças e os pré-conceitos adquiridos pode ser um facilitador para trabalhar com amor.

Trabalho X Amor 
Embora muitas pessoas não acreditem, é possível trabalhar e amar as atividades que realiza neste trabalho.
Podemos pensar em duas formas para este feliz "casamento":

1- Identificar as facilidades, os gostos, as capacidades e procurar um trabalho que se encaixe nas características. Por exemplo, uma pessoa extrovertida, que gosta de lidar com o público, gosta de pessoas, de conversar, sorrir e interagir; pode trabalhar com vendas, recepção, eventos, etc.
Pessoas que amam falar ao telefone, tem facilidade de comunicação, pode ser excelente em telemarketing, secretariado, etc. Enfim, procurar por capacidades e buscar empregos que podem utilizar e valorizar estas capacidades.

2. Se o emprego chegou e não deu tempo de perceber suas capacidades e facilidades então temos o segundo passo que é, ver o que este emprego tem de melhor. Esse melhor pode ser um chefe, um colega, o trabalho em si ou até o salário. Valorizar o melhor e ver este inicio como uma forma de crescimento, aprender o máximo, fazer o seu melhor e vislumbrar o próximo cargo dentro deste mesmo emprego ou qual será o próximo trabalho, agora focando suas preferencias e capacidades.

Na verdade trabalho pode nos levar a: liberdade, realizações, descobertas, experiências, seguranças, capacidades, esperanças, planos, objetivos, alegrias, poder, ..... como isso pode não ser bom? 

Quem passa esta informação, precisa rever os conceitos.

Com o trabalho podemos alimentar o SER e o TER, então....


Bom trabalho


                                                                                                     Por: Cristina S. Souza