sexta-feira, 15 de maio de 2015

Cuidado!!! Fazer Psicoterapia é muito perigoso!

Ando em um momento de consultório em que várias pessoas que acompanho estão em processo de alta (parar a Psicoterapia). Fato que me inspirou a pensar ....
                                                                         Reflexões....



Fazer psicoterapia é muito perigoso, algumas pessoas fogem de Psicólogos como o diabo foge da cruz. Não querem nem ouvir falar na possibilidade de sentar-se em frente a um.

Eles estão certos, porque fazer psicoterapia é igual a fazer diferente.







Mudanças

Claro.... o maior perigo neste processo são as mudanças, quem faz psicoterapia MUDA. Muda visão de mundo, muda pensamentos, sentimentos e consequentemente comportamentos. 

Muda para melhor. 
Muda do estado "só tenho problemas" para o estado "sei resolver meus problemas". 
Muda da tristeza para alegria.
Muda do impossível para o possível. 
...

Perigoso porque vivemos nas relações um movimento de retro-alimentação, sabe aquela frase popular "eles se merecem", é verdade, as pessoas se completam, como em uma dança, se movimentam em um mesmo ritmo e até são necessárias uma à outra. 

Exemplos:
Um marido agressivo tem esposa passiva.
Um irmão extrovertido tem irmão introvertido.
Uma amiga que tem sucesso profissional tem uma amiga que não consegue se colocar no mercado.

E assim um precisa do outro... como se um fosse sombra do outro. No Processo Psicoterapêutico encontramos o equilíbrio emocional e pessoal, em alguns momentos temos raiva e em outros passividade, em algumas coisas  sucesso e em outras não e assim vamos nos apossando de nós mesmos e o outro deixa de ser uma necessidade e passa a ser uma escolha.


Mas ... é mais grave que isso fazer Psicoterapia.

Aquele funcionário que não consegue sucesso profissional pode se deparar com as possibilidades de crescimento interno e consequentemente externo, começa a fazer mudanças rumo às conquistas, muda rotina, muda pensamentos, valores, *crenças, etc. e alguns se incomodarão com as mudanças e começam a se afastar: um chefe inseguro, uma amiga invejosa, um parceiro(a) ciumento(a).  E o grande perigo é este, perder as pessoa que de forma inconsciente, alimentava. 
*quando falo crenças quero dizer crenças limitantes do tipo "dinheiro é sujo", homem não presta"....

Aquela mãe que tem um filhinho de 40 e poucos anos, que não consegue se firmar em emprego nenhum e a mamãe da um dinheirinho para ajudar. Quando esta mãe vai fazer Psicoterapia percebe que na verdade, não estava ajudando o filho e sim atrapalhando a sua vida, pronto, acabam os benefícios e o moço vai ter que se virar. Um perigo, porque primeiro ele vai ficar com raiva, depois vai fazer chantagem emocional enquanto a Psicoterapia vai dando suporte para a mãe até que ele entende que precisa dar um rumo na sua vida e depois de um longo ou curto tempo (depende da dinâmica de cada um) todos ficam bem, filho feliz porque cresceu e mãe em paz por ver o filho bem. 

Aquele casal que não tem mais vida, vivem como irmãos e amigos,  sequer brigam. Um vai fazer psicoterapia e começa a perceber o movimento do casal, começa a se incomodar e fazer cobranças, muda o comportamento, se veste melhor, começa a dar mais atenção para questões profissionais, passa a perceber que tem gostos, vontades e desejos. O outro? .... ah é, o outro....

Se estiverem em uma dança sincronizada o outro também vai se movimentar, como reflexo um do outro, pode gerar brigas mas "caos gera solução", pode gerar desconfortos, medos, inseguranças mas como resultado final este casal pode voltar a ser casal, volta a ter vida, homem e mulher, macho e fêmea. E os filhos (se tiverem) ficarão muito mais felizes e seguros vendo os pais bem.

O outro que não quer dançar junto pode causar separação. E que possam ser felizes cada um em seu caminho.

MUDANÇAS
É este o grande perigo, fazer Psicoterapia é também fazer mudanças. O perigo é para aqueles que não querem mudar, que se acomodam em seus lugares e vivem empurrando a vida com sacrifícios. O que não tem problema nenhum, são escolhas e todos nós temos o direito de fazermos escolhas. Mas quando as coisas tiverem muito ruim apenas devemos lembrar que é escolha e não murmurar ou tentar culpar o outro pelas nossas dores e sofrimentos. 

Todo sistema tem o que chamamos de "bode expiatório", que é aquele que tem problemas, seja na família ou em uma empresa, e todos os olhos e dedos são voltados para ele; fazer psicoterapia é sair desta função e os outros quando não tem pra quem apontar o dedo se vê obrigado a se olhar.

Resultados

Àqueles que querem mudar.... é indescritível a sensação para um Profissional ao ver o seu cliente/paciente, que um dia chegou na dor e após algum tempo se depara com a transformação:  olhos que  brilham,  boca que sorri,  relacionamentos  saudáveis,  luz que irradia alegria....

Bem.... desculpem a empolgação .... mas tenho vivido isso nos atendimentos, esta sensação indescritível com alguns que estão há algum tempo em PSICOTERAPIA. 




Por: Cristina S. Souza Psicóloga







quinta-feira, 14 de maio de 2015

Porque seus filhos brigam?

Ano passado, em um dos encontros em grupo que ministrei, discutiu-se um tema que toca a todos:  a diferença que a mãe faz entre os filhos, alguns filhos reclamaram que as mães demonstram sem  reservas gostar mais de um que de outro, muitas vezes de forma inconsciente.

Após participação no grupo houve entre as minhas filhas (que estavam presente) o seguinte diálogo:
_ Mãe estavamos conversando e chegamos à conclusão que você não faz diferença entre nós.

_ É verdade mãe, você trata as duas igual.

Foi maravilhoso ouvir isso, pois um dos meus propósitos é que minhas filhas não se sentissem preteridas, menos amada ou até amada de forma nenhuma.


Brigas entre irmãos

Você sabia que o maior motivo das brigas entre os irmãos é na verdade briga pelo amor dos pais?
Podem duas irmãs estarem brigando porque querem o mesmo brinquedo, este é o que chamamos de sintoma, a raiz das brigas é pelo amor da mãe/pai.

Resultado de imagem para brigas entre irmãosVamos imaginar a situação: duas irmãs, uma de 8 e uma de 4 anos, brigam porque uma pegou o brinquedo da outra; a mãe interfere e (geralmente acontece) defende a menor. Afinal, não tem nada demais uma pegar o brinquedo da outra certo? Errado.

Quando uma é defendida a outra recebe e registra a informação: minha mãe ama mais a minha irmã que a mim.
Agora imagina este registro sendo formatado todos os dias e várias vezes por dia. 


Resultado: Uma gigantesca bola de neve, com a informação: minha mãe não me ama, gosta mais da minha irmã do que de mim.

Parece mentira? Mas é verdade, estamos falando de interpretação, emoção,  inconsciente....


A mensagem é recebida e interpretada pela criança, por mais que a mãe faça movimentos mostrando seu amor, cada vez que a irmã é defendida vai aumentando a crença registrada. 


E o que fazer?

Após ter sofrido anos, acreditando que minha mãe não me amava e felizmente existem a Psicologia, a PNL, a Hipnose e a Constelação Familiar que me ajudaram a mudar estas crenças; mas quando fui mãe, ainda as tinha fortemente dentro de mim e jurei que jamais faria isso com as minhas filhas.

Elas têm a diferença de 7 anos de uma para outra, então quando uma tinha 8 a outra 1 ano; e mesmo com toda esta diferença, quando brigavam eu falava que não queria saber das brigas delas. 

Um exemplo é quando colocamos TV a cabo. Uma estava na pré adolescência e amava músicas, a outra na infância amava desenhos e a guerra começou, chororô, birras.... 
_ Mãe... ela não deixa eu assistir.
_ Olha... nós compramos a TV pra que vocês tenham uma programação legal, tenham bastante opções para assistir, para ficarem felizes, mas se for para brigarem nós cancelamos a assinatura. Então vocês pensem.

Resultado de imagem para acordosNo dia seguinte a paz reinava na sala pela manhã e descobri que fizeram o acordo que um dia o controle remoto era de uma e no outro dia da outra.

E sempre foi assim, com acordos, sem ciúmes e o mais importante: sem dor, sofrimento, sentimentos e crenças negativas. 

Uma formula simples: não tomar partido + deixa-los resolver = negociação 
                               Simples assim
Independente das idades.


Hoje, uma com 20 e a outra com 14, sinto orgulho de ver a união; uma usa roupa da outra, sapatos, maquiagens, têm até os mesmos amigos e brigas são muito poucas e passageiras.

Preparando para o futuro

Algumas teorias nos dizem que brigar com os irmãos é uma preparação para a vida, um treinamento para quando estiverem adultos que terão que brigar por uma vaga no mercado, por uma namorada, etc. Em parte concordo, mas o maior prejuízo nestas relações, volto a falar são as dores de se achar menos amado, querido, admirado, etc. Isto causa baixa estima e com ela o filho vai para o mercado de trabalho e o risco de ser massacrado é grande. 


Somos responsáveis pela integridade física e emocional de nossos filhos. Fico feliz quando recebo no consultório pais que procuram ajuda ao menor sinal de que algo pode estar errado, pais que têm abertura para ouvir, mudar e garantir uma saúde emocional para os filhos com trabalhos preventivos. 

Aos feridos

Àqueles que já estão feridos, que já são adolescentes ou adultos, sim.... os pais amam aos filhos da mesma forma, o que muda é a afinidade ou a necessidade. Aquele filho que é mais aberto ao diálogo com os pais sempre terá mais espaço, até porque os pais tentam respeitar o que é mais fechado, introvertido. Aquele que parece mais fraco, também terá uma atenção especial, sempre, ao passo que o mais forte terá a admiração.
Sim os pais amam os filhos, e cada filho é único e as relações são vias de mão dupla.

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Espero que gostem do tema e que de alguma forma possa acrescentar. Aceito sugestões para outros temas. 



Por: Cristina S. Souza - Psicóloga

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Sobreviver - Direito ou obrigação?


Ela tinha um lugarzinho especial, na mudança do Espaço Crescer,  foi colocada em frente à porta balcão que dá saída para varanda, algum tempo depois ganhei uma Pata de Elefante que precisaria ficar em um local com luz sem sol, Ela foi para um novo lugar e reclamou, por algum tempo ficou murcha, suas folhas foram amarelando, algumas caíram e até parecia que ia morrer. 
Puxei um pouco pra cá, depois empurrei pra lá com o pensamento: "vamos tentar mais um pouco". Por motivo de saúde me ausentei por duas semanas e quando voltei lá estava ela, toda pomposa e linda, até flor tem para abrir. 


E fiquei a pensar: não é assim a vida? Ou morremos ou sobrevivemos?

Ela optou por sobreviver e já que tem que sobreviver que seja com toda a beleza possível, com seu verde impecável, com suas folhas grandes e com novas folhas nascendo.

Quantas vezes a vida nos arranca de nosso lugar confortável, conhecido e nos joga em um lugar qualquer? 
Quantas vezes nos tiram o sol e nos deixam na sombra? 
E nesses momentos parece que a morte é certa, talvez não morte de vida, mas morte de amor, esperança, alegria, etc. 

E com o tempo aprendemos a nos acomodar no novo, contorcendo, arrancando algumas coisas velhas e colocando novas aprendizagens, novas esperanças, novos momentos e nova vida. 

Sobreviver pode não ser tão simples, mas se como ela, optarmos por viver melhor já que não tem opção, de certo que a vida será melhor e logo o novo se torna comodo novamente e logo... a vida vem e nos tira e nos joga em outros lugares, com outras pessoas, outras coisas, novos momentos, e assim vamos nos re-arranjando e criando novas formas, novos jeitos, novas vidas. 

Fiquei feliz por Ela ter se re-arranjado neste cantinho, de certo que ficou belo o lugar e lá ela é exclusiva. 

Assim... nos re-arranjando também sempre estaremos sendo exclusivos com e para o novo.


Por: Cristina S. Souza - Psicóloga