segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Educar = Dialogar


O primeiro dia na escola pode ser sofrido ou não. Escolhemos sem sofrimento.

Hoje foi o primeiro dia de escolinha do meu netinho, 1 ano e 4 meses e os corações da casa (mamãe, vovó, vovô e titia) estavam todos apertados. Grudado na mãe, que por escolha ficou este período para cuidar dele, nosso medo era a separação. E para nossa surpresa, entrou na escola sem nenhuma lágrima nos olhos, se juntou com os amiguinhos e foi.

Surpresa mesmo? Não, nem tanto. Porque ele foi preparado para este dia.

Muitas pessoas acreditam que bebês não entendem nada, trata-os como se fossem seres inanimados ou até para evitar suas birras fazem todas as suas vontades.

Mas tenho o prazer em informar que ELES são muito inteligentes e sim, eles entendem tudo.

Como preparamos o Miguel:

Na semana que antecedia o inicio das aulas começamos a falar  que ele iria para a escola, a mamãe iria deixa-lo na escolinha e depois iria buscar.
Quando a mãe vai pra faculdade que ele pergunta dela, informamos que ela foi pra escola e que logo voltara, assim como ele ira pra escola e depois a mamãe vai buscar.
Ainda nesta semana, peguei dois brinquedos, um sapo e um polvo, comecei a brincar com ele, contando-lhe que o sapo ia pegar o polvo e ia leva-lo à escola, sumia com o polvo, depois o sapo ia buscar o polvo na escola, e aparecia com o polvo. Fizemos algumas vezes esta brincadeira. Quando perguntava-se para ele quem ia pra escola, ele respondia: o papo (sapo). E assim foi durante toda a semana, torna-se até chato, mas a criança aprende por repetição. E foi um sucesso, sem choro, sem lágrimas e sem sofrimento. Com segurança e confiança de que a mamãe irá busca-lo e que estar lá é bom para ele.

Em 2002
Minha filha mais nova passou por uma série de cirurgias após seu nascimento, era uma criança risonha e feliz, após uma cirurgia que fez aos 9 meses, parou de sorrir, fazia tudo para anima-la e nada, sempre muito séria; quando estava pensando em procurar ajuda, após 15 dias, finalmente ela voltou a sorrir; mas como mãe preocupada que sempre fui, procurei ajuda mesmo assim.
Na cirurgia seguinte fiz a preparação: comprei máscara, luvas, soro, seringa e ela tinha um boneco médico, com roupas verdes e tudo. Então na brincadeira comecei a contar pra ela que iria passar por uma cirurgia, pegava o boneco médico e uma boneca para representa-la e ia contando como seria todo o procedimento, colocava as luvas em suas mãozinhas, pedia para aplicar injeção na boneca e assim fiz por várias vezes.
No dia da cirurgia, no pós operatório, ela não sorria porque a cirurgia foi na boquinha, mas quando passava música na TV ela dançava com a cabecinha e sorria com os olhinhos.


Lidar com a criança pode ser fácil

Não só nestas situações mas em qualquer outra é possível educar a criança, claro que precisa de paciência, tempo e criatividade, mas um investimento muito mais valioso que brinquedos caros e fazer todas as vontades da criança.

Para comer, tomar banho, ficar com alguém para que os pais possam fazer algo, falar e não gritar, pedir e não chorar, andar em lugares públicos sem escândalos, etc.


Conversar e explicar, ficar na altura da criança e falar a língua dela. São atitudes que contribuem para que ela entenda a vida e acredite, ela será mais feliz, menos choro e sofrimento para todos.







Uma cena comum é ver os pais saírem escondidos dos pequenos, estes quando percebem sofrem com a sensação de abandono, gera desconfiança, insegurança, medos, etc. Conte para o pequeno que você vai sair, seja pra onde for: trabalho, passeio, médico... e que ele ficará, diga-lhe que em outro momento você o levará para passear também se for o caso.

Enfim, criança é inteligente sim e tem capacidade de compreender tudo que se faz necessário, independente da sua idade. E tratando-os assim como seres inteligentes, podemos criar adultos mais conscientes e felizes.

Qualquer dúvida, pergunta, comentário, etc. coloco-me a disposição para dialogar.

Indicações de livros: