terça-feira, 30 de julho de 2013

Eu escolho sofrer

Eu escolho sofrer


A partir desta  imagem publicada no Facebook, me coloquei a refletir e a pensar em algumas pessoas que escolhem SOFRER.

Quem quer sofrer?
Claro que ninguém em sã consciência vaia responder: Eu quero.

Mas de forma inconsciente muitos escolhem o sofrimento. 

Por um lado temos muitas pessoas que estão sempre negativas, que parece dar tudo errado na vida.
No Profissional nada acontece, no financeiro deve e mal consegue dar conta do básico, no relacionamento... que relacionamento? Nem se sabe o que é isso.

Por outro lado temos uma infinidade de formas de tratamentos. Infinitas formas de terapias e até tratamentos espirituais.
Muitos locais de cunho religioso oferece diversos tipos de ajuda, gratuita.

E quanto às diversas linhas de psicoterapias e terapias:
-         O mais comum é a psicoterapia, tratamento realizado por um psicólogo(a), que em geral é um trabalho prolongado e na maioria das vezes considerado caro. Porém existem atendimentos gratuitos em postos de saúde, faculdades de Psicologia, algumas entidades religiosas. 
Costuma ter resultados significativos a partir do auto conhecimentos, de conhecimentos de conteúdos inconscientes e consequentemente de mudanças de comportamentos, crenças limitantes, etc. 

-         Terapias Breves: se a psicoterapia é um tratamento demorado, temos uma série de terapias focais que podem ajudar na solução dos problemas, como por exemplo Hipnose, Programação Neurolinguistica, Constelação Familiar, Hipnose, Grupos terapêuticos, grupos operativos, entre outras e inúmeras formas terapêuticas. Também estas podem ser encontradas com investimentos e de formas gratuitas, pois sempre têm profissionais da área da saúde fornecendo serviços como doação.
 
Mas a questão é que, o sofrimento pode causar dependência e até prazer. 
O fato de procurar ajuda necessariamente não significa sair da dor, dos problemas e progredir, evoluir, ser feliz.
Algumas pessoas, mesmo com todas as possibilidades de mudanças à sua frente, escolhem se manter na dor.
Muitas vezes um passo diferente que damos na vida é suficiente para mudar todo o resto e sempre visando mudanças para melhor.
Mas quem gosta, de forma consciente ou inconsciente, da dor e do sofrimento, resiste à ajuda, à mudanças, à melhoras....
Mesmo que pessoas e profissionais estendam a mão e mostre os caminhos, ainda assim, estas pessoas se mantêm no sofrimento.

Respeito e aceitação
Mas, o mais importante é aprendermos a respeitar, porque é escolha, e cada um tem o direito de fazer suas próprias escolhas. E também é importante que os mais próximos, sejam filhos, pais, irmãos, etc. ao respeitar a escolha do outro, deixe-o com sua dor, apenas acolha, mas não sofra junto. 
Até porque o sofrer junto ou pela pessoa pode ser alimento para manter sua dependência pelo sofrimento, um ganho que tem por ser sofrida.
 
Respeitar e aceitar a escolha do outro, mesmo que pareça ser a pior escolha, é um ato de misericórdia.
Pena e dó, tira a força da pessoa vitima destes sentimentos, respeito é o melhor que podemos oferecer, afinal ...


                              Cada um tem o direito de fazer suas escolhas.


Por: Cristina Souza

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Paixão

A Paixão 

A paixão é loucura, uma outra face da loucura. Porque é completamente irracional.
O apaixonado é completamente burro, cego, surdo e totalmente sem noção do todo e sem noção de nada.
A paixão causa dor, sofrimento, insegurança, dependência, angustia...
A angustia da paixão é como um poço sem fundo, gerando sintomas dos mais diversos: tensão muscular, dores no estomago, depressão, choro freqüente, desanimo, etc,
A paixão é a pior das emoções porque rouba a atenção, rouba o foco, rouba –te dos outros.
A paixão é o não saber. É ser quem nunca foi. E querer ser alguém na vida de alguém que nem tem noção da tua paixão.
A paixão é enlouquecedora porque além de ser tudo isso ela aprisiona em tudo isso, sem forças, sem coragem e o pior, sem vontade você vai ficando e ela, a paixão vai aumentando.
A paixão, é como se enroscar em uma gigante teia de aranha, e quanto mais movimentos você faz para se livrar, mais você se envolve, se enrosca e se aprisiona.

Torna-se fraco diante de tanto amor, que não é amor, é paixão.
Fica difícil respirar, sorrir, viver. Como se a vida dependesse apenas do outro, objeto deste amor que é paixão.




Mas no simples olhar deste outro para o apaixonado, pronto, tudo isso passa e:
A paixão é como estar no céu.
A paixão é fonte pura de alegria.
A paixão é o maior sentimento que um ser humano pode experenciar, viver e sentir.
Tudo no mundo do apaixonado fica colorido, bonito, lindo.
A felicidade é plena, o ar limpo, a vida colorida.
Ai sim, o sentimento de amor, amor mais puro, amor de realização, de prazer, puro prazer.

A paixão é viver ora no céu e ora no inferno.
É tudo muito intenso, muito profundo e visceral.
Se sofre, sofre com o mais profundo da alma.
Se é feliz é com toda a pureza do ser, feliz.

Não da pra saber se é bom ou ruim. Porque quando é ruim é muito ruim, mas quando é bom é também muito bom.

Quem já viveu ou vivi sabe.
Quem nunca viveu este turbilhão de sentimentos, nunca o irá saber.

Paixão é vida, mas também é morte.
Sorte ou azar? Não da pra saber.

Só da pra saber que um dia passa. Até três anos, pode durar uma paixão, e depois pode ser transformada em lembranças ou em amor, em um relacionamento estável, porém sem paixão.

Os teóricos se deleitam nos conceitos de projeção quando se fala de paixão, mas.... de nada adianta tentar ver o que causa, porque causa, como, onde, ela vai até onde tiver de ir.

Irracional, louca, intensa, prazerosa e muito mais....

É assim...

A PAIXÃO.


Por: Cristina Souza

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Adoecer

Hoje quero refletir um pouco sobre o papel da doença em nossas vidas. A doença como mensageira.


A maioria das pessoas chegam no consultório quando já estão muito fragilizadas, e muitas delas querem apenas a cura rápida. Esquecem-se que para chegarmos ao destino final, é necessário percorrer o caminho.
Jung em seu livro O homem e seus símbolos, diz que nos afastamos muito da linguagem do inconsciente, fomos ficando cada vez mais racionais e lógicos, apresentando então muita dificuldade para compreender a linguagem dos símbolos.
A doença nada mais é do que um símbolo. Ela chega para dizer que algo não vai bem em nossas vidas. Que estamos deixando alguma coisa importante de lado.
Com toda a correria do dia a dia, em busca de cumprir todas as obrigações e dar conta de tudo, vamos perdendo a conexão com a nossa alma, com o nosso self, não ouvimos mais a nossa voz interior.
Quando de repente alguém nos pergunta do que gostamos, o que queremos, ou do que sentimos falta; olhamos espantados, pois nos damos conta de que já não sabemos. A vida é dinâmica e se tudo muda fora de nós, também muda dentro de nós. A questão é, que achamos que somos os mesmos de ontem, com os mesmos gostos, sonhos e desejos, e assim; os dias, os meses e os anos passam, até que nos perdemos de nós mesmos.
Outra questão, é que focamos tanto em um aspecto de nossas vidas ou de nós mesmos,  que deixamos outros aspectos importantes para trás. Ignoramos como se isso não fosse ser cobrado de nós. Porém, Jung  nos diz que aquele lado que não for olhado e trabalhado, é o lado que nos derrubará.
Provavelmente o inconsciente tenta nos avisar dessas mudanças e necessidades de diversas maneiras, através dos sonhos, dos pesadelos, por meio de eventos sincrônicos (aqueles que chamamos de “acaso”) por intuições, angústias, medos, pequenos e grandes acidentes; mas passamos como um trator por cima de tudo isso, ás vezes fingindo que não estamos percebendo que algo não vai bem. 
É então que o inconsciente nos envia a doença para nos salvar, como última tentativa de nos conectar com a nossa alma, com aquilo que precisa ser vivido ou modificado em nós.
Aldo Carotenuto em seu livro Amar trair, cita Rilke que diz “ Por que quereis excluir de vossa vida alguma inquietação, algum sofrimento, alguma amargura, se ainda não sabeis o que tais estados estão operando em vós? Por que quereis perseguir-me com a pergunta de onde viria tudo isso, onde terminará, visto que sabeis o que estais passando e que nada desejastes tanto quando transformar-vos? Se algo dos vossos  processos tem o aspecto de doença, refleti que a doença é o meio pelo qual o organismo se liberta do estranho; é necessário então, somente ajudá-lo a adoecer, para que estoure, porque esse é o seu progresso”.
Costumo dizer às pessoas que me procuram: Pegue a doença no colo. Sim. Converse com ela e ouça o que ela quer te dizer, antes de simplesmente mandá-la embora. Pergunte a ela, a que veio? Qual o seu propósito? O que ela pode te ensinar a respeito de você ou da sua vida?
Acredito que a função da doença é muito maior do que de apenas trazer sofrimento.
Com certeza tem partes nossas que foram esquecidas pelo caminho e que precisam ser mais do que lembradas, precisam ser reconhecidas e integradas.

Façamos a caminhada, a Jornada do Herói, em busca de nós mesmos!


Márcia Cortez 
Psicóloga Clínica Junguiana



domingo, 14 de julho de 2013

Escolhas

Escolhas

 
Ainda sobre passado, presente e futuro estive refletindo.
Observando algumas pessoas e mais ainda, algumas vidas, observo algumas diferenças:
-         Algumas pessoas são felizes e outras não
-         Algumas se casam e outras ficam solteiras
-         Alguns têm filhos e outros escolhem não tê-los
-         Uns fazem faculdade, outros não
-         Uns escolhem procurar ajuda e outros preferem ficar no sofrimento
-         Uns são vida e outros morte



Toda escolha tem uma renuncia  


Eis um dos grandes fatores que dificulta na hora de fazer escolhas.
Para escolher algo sempre precisamos abrir mão de um outro algo. E muitas vezes escolhemos o que é mais prazeroso ou conveniente no momento.



Olhando para minha vida, acredito que fiz as escolhas certas, pelo menos até agora, creio que sim.
Amo minha profissão, a desejei desde sempre e me realizo com ela, sou feliz com cada trabalho que faço dentro da Psicologia, seja atendimentos, grupos, palestras ou cursos. Também amo estuda-la e aprender sobre ela, amo fazer terapia pessoal, que faz parte da minha profissão.
Escolhi ter dois filhos, também desde sempre, e as tive. Enquanto mãe, sempre vem as duvidas se acertei ou errei em minhas escolhas na educação, mas até aqui, parece que tenho mais acertado que errado, claro que com falhas e muitas, mas tem dado certo.
Relacionamento, sim tive mesmo que escolher entre amor e paixão, optei pelo amor, e esta também dando certo.

Optei por ser uma filha obediente, e foi muito bom. Optei por não ingerir álcool, drogas e nem mesmo cigarro, e acho que fiz ótimas escolhas.
Optei por fazer algumas renuncias, e renunciar não é fácil. Renunciar é igual a perder, abrir mão, e não somos preparados para perdas, queremos sempre vencer.
Queremos tudo e às vezes o tudo não convém, porque são desejos extremamente opostos.

Por Exemplo, querer fazer uma faculdade e não querer ler e estudar, são desejos que não se misturam. Ou um ou outro. Querer viver uma paixão, ou com uma paixão às vezes pode ser uma escolha que traz sofrimento, escolher viver o amor pode ser mais fácil.

Lembro de uma pessoa querida que conheci na minha adolescência, ela uma mulher adulta, 3 filhos pequenos, 6 – 8 – e 10 anos, era apaixonada por um homem, ela separada e ele solteiro, mas era uma paixão que a fazia sofrer, muitas vezes ela chegava com olho roxo depois de uma briga, e no final ela escolheu a esta paixão e abriu mão dos filhos.
Não dá pra julgar, porque é uma escolha. O que leva as pessoas a escolherem um caminho é muito subjetivo.
 
Muitas vezes, como neste exemplo, é uma força interna maior, a pessoa até vê a possibilidades de fazer escolhas diferentes, mas não consegue, quer, tenta mas não tem forças suficiente.
Nestas situações, ou situações similares, se faz necessário a ajuda de um profissional, mas o mais impressionante é que essas pessoas torcem o nariz diante desta possibilidade.

Lembro de uma outra situação, vivida por uma pessoa conhecida: o filho, 7 anos começou ir mal na escola, não aprendia a ler e escrever, a escola pediu uma avaliação neurológica, a mãe revoltada com a escola tirou o filho e colocou em uma outra escola; o mesmo aconteceu, a escola pediu uma avaliação neurológica, a mãe se revolta e escolhe colocar o filho em uma escola pública, as anteriores eram particular. Perdi contato e anos depois, a criança já era um jovem, 19 anos e percebia-se visivelmente que tinha dificuldades, na fala, no andar. E me peguei a pensar se essa mãe tivesse ouvido, tivesse cuidado, levado onde fosse necessário, teria este rapaz se desenvolvido sem as dificuldades que hoje, estavam muito mais aparente que na infância?

O que leva a s pessoas a fazerem estas escolhas???????

Escolher não fazer e o pior escolher não enxergar, negar. Eu sei que Freud explica, em suas teorias ele fala dos mecanismos de defesa: negação, sublimação, projeção, etc.

Mas ainda assim, porque fazemos escolhas que podem ser ruins lá na frente, e não só pra quem escolheu, também para quem convive com quem escolheu.
Uma escolha errada vai refletir na vida de muitas pessoas.

Algumas teorias falam que não existe certo ou errado quando se trata de escolhas. A partir do momento que se faz uma escolha sabendo das consequências desta, ai sim é uma boa escolha. Se escolho, por exemplo comprar uma roupa ao invés de pagar uma conta, sei que terá conseqüências, receberei cobranças, pagarei multas entre outras, mas se mesmo assim escolho este caminho, ok. Fiz uma escolha.

O problema é que as pessoas não param para pensar nas escolhas que estão fazendo, seguem impulso, fazem por prazer, por ser mais fácil e por comodismo. Fazem escolhas sem a consciência das conseqüências. Por vezes até fazem escolhas por esperança, como por exemplo, namorar alguém que é alcoólatra e achar que quando casar ele vai deixar de ser. Só que não, não é assim que as coisas funcionam.

O poder do inconsciente:

Temos em nosso psiquismo a consciência e o inconsciente. Alguns defendem que 5% é consciência: o que pensamos, vemos, ouvimos e o que estamos consciente no presente, todo o resto, ou seja, 95% é inconsciente.
Sendo assim a força do nosso inconsciente é muito grande, temos mecanismos inconscientes que funcionam em função de realizar nossos desejos, desejos inconscientes.

Nosso desejo consciente é 5% e o desejo inconsciente 95% 

Também no nosso psiquismo funciona assim, escolho estudar, fazer uma faculdade, 5%. Mas meu desejo inconsciente é não estudar, tenho que me dedicar, estudar, ler, pagar a faculdade, comprar livros e abrir mão de dormir, passear, namorar, etc.... o que o inconsciente faz? Cria caminhos para a não realização do desejo consciente. O inconsciente sabota a consciência, como? Começa a aparecer despesas extras, com saúde, casa, documentos e ai não dá pra pagar uma faculdade, por exemplo.

Essa divisão ocorre porque, uma parte minha quer uma coisa e a outra parte quer outra oposta, é uma guerra que nasce mesmo dentro de nós, na mente, na alma e é expressada nos comportamentos e nos relacionamentos.

Mas de tudo isso o que mais me dói, é ver que a vida oferece a oportunidade para que as pessoas olhem e possa fazer melhores escolhas, com ajuda profissional, e as pessoas ignoram ou até torcem o nariz para as diversas áreas de atuação que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Eu escolhi, que sim, preciso de ajuda de profissionais e sei que minhas escolhas têm dado certo porque escolhi ser ajudada.

E você? Escolhe o que?




Por:  Cristina Souza - Psicóloga