sábado, 30 de julho de 2016

Relação mãe & filha – transformando dor em saúde

Hoje estou particularmente tocada pelo  relato de uma mãe. 

Recebemos em nossos consultórios queixas relacionadas a esta relação, mãe e filha. Adultos que sofrem sequelas de uma mãe que foi fria, dominadora, distante, indiferente, entre outras características.

Adultos que sofrem carências por toda vida por não ter recebido o amor da forma que esperava, em cima desta falta constrói seus relacionamentos de forma vazia, insatisfatória e indiferente.
Sabe-se que nos consultórios chegam as mais variadas queixas e problemas mas o mais constante são insatisfações nesta relação. Falo de mãe e filha pois esta queixa parte mais de pacientes mulheres, homens raramente traz esta relação como causa de seus sintomas. Ao menos, em meus 14 anos de atendimentos, é o que observo.

Vejo mulheres destruídas emocionalmente, com baixa auto-estima, sem sucesso profissional e financeiro porque a mãe não soube elogiar, estimular e apreciar enquanto criança e adolescente.
Vejo mulheres que se casaram cedo para se livrarem de uma mãe austera.

Vejo mulheres que não sabem ser mãe carinhosa, presente e afetiva porque não tiveram essa referencia e assim passa-se de geração em geração uma linhagem de mulheres frias com suas filhas.
Vejo mulheres que tiveram suas vidas marcadas por mães que eram afetivas com os filhos homens e frias com as filhas mulheres, vitimas de preconceitos e machismo de uma cultura e sociedade.

Vejo mulheres que quando tiravam uma nota máxima na escola a mãe dizia que não fazia mais que a obrigação, apagando o brilho nos olhos e o sorriso de uma menina feliz por ter ido bem na prova.
Mães que ensinaram suas filhas a não confiarem em homens, pautadas em suas experiências, sendo submissas e tendo que suportar humilhações, traições, etc,

Sim, grande parte de nossas clientes/pacientes trazem como causa de suas queixas uma relação materna prejudicada e por outro lado temos aquelas filhas que mesmo constituindo família não saem da barra da saia da mãe, ficam apegadas demais e assim não ficam presentes para marido e filhos, também relações em que o amor demasiado prejudica o presente e consequentemente o futuro.

Hoje, vejo transformações, e voltando ao relato que ouvi citado acima, uma mãe cuja filha era fria, distante e julgadora, após algumas sessões de terapia e uma constelação familiar, transformou. A cliente esta encantada com as mudanças que ocorreram em sua filha, na relação das duas e pergunto: você consegue imaginar que passaram anos, muitos anos em uma relação ruim e após um trabalho de Constelação Familiar tiveram suas vidas transformadas?

Imagine quantas pessoas podem se beneficiar com este método de terapia.

Nas Constelações substitui-se julgamentos por entendimento e aceitação, carências por gratidão, pulsão de morte por vida.

Todas as bases das Constelações são teorias da Psicologia, um método que pode ser utilizado pelo Psicólogo segundo informações obtidas no CRP-SP.

Quer conhecer e/ou usufruir deste método? Participe dos nossos encontros.

Deixo abaixo links com informações sobre o método, workshops e cursos.


Os workshops você pode acompanhar pelo facebook e páginas

A maior gratificação para um Psicólogo é ver o sorriso nos lábios de seu paciente, ver o brilho no olhar e ver que a vida segue diferente, nova, feliz. 

O maior reconhecimentos são as indicações que esses pacientes que se transformaram fazem, trazem os amigos, os parentes, os amigos dos amigos e assim seguimos com nossa profissão a serviço da vida. 

Por Cristina - Psicóloga e Facilitadora em Constelações Familiar/Organizacional/Individual/Sistêmica
Alzira Cristina da S. Souza  - CRP 71.699
Whats: 99361.8423




segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sobre SEPARAÇÃO

Acabei de ler um artigo cujo titulo é: "Eles foram felizes para sempre longe um do outro"

O texto é grande, mas vale a leitura, porém fala de nossa cultura machista e o quanto a mulher se aprisiona em um casamento ruim por conta das crenças e valores que carrega desta cultura. Fala também no amor romântico, aquele que nunca acaba e que cabe à mulher manter a qualquer custo. 


Quando me casei, o momento mais lindo e que jamais esqueci, foi a fala do Padre:
_ O QUE DEUS FAZ, ENQUANTO HOUVER AMOR, O HOMEM NÃO DESFAZ.

Foi em uma Igreja Católica Brasileira e não Romana. Mas sábias palavras. 
Quantas pessoas conhecemos  que vive um casamento que já nem existe mais? Pelos filhos, pelos bens, pela família, sociedade. 
Por medo, falta de coragem, insegurança, mas vive mal. 
Lembro-me de uma pessoa que por várias vezes vi fazendo careta para o marido quando ele virava as costas, demonstrando raiva e desaprovação. A ultima vez que dessa cena tinham 28 anos de casados e sempre a vi fazendo isso, imaginei mais 28 anos assim e me perguntava, como consegue?

Esse é só um exemplo, casais que vivem como irmãos, que brigam demais, que se xingam, que traem, mentem, enfim... Ficam juntos a qualquer custo e ai vale a leitura do artigo citado acima; a preço de que? Dos filhos? Da família? Da sociedade? Do dinheiro? Do AMOR? 

Se for dos filhos, sinto muito informar, estão dando a estes uma carga que não é deles. Muitos filhos sentem-se aliviados e mais felizes quando os pais se separam. Vai depender de como os pais estão mostrando aos filhos, se tiverem sentimentos negativos eles irão sofrer pelos pais e não por eles. 

Da família e /ou sociedade, o que vão falar e pensar? Vão falar e pensar, mas alguém vem perguntar se você quer que pague uma conta sua? E acredite, muitos não perguntam nem se você esta bem, como se a palavra separada fosse uma doença contagiosa, e pode ser rsrs. 

Do dinheiro, acredite, quando precisamos arrumamos força e ter o próprio dinheiro é gratificante. 

Do amor??? Nem vontade de comentar, mas vamos lá, se o casamento está ruim é porque o AMOR acabou, pode existir o amor amigo/irmão, mas se o amor homem/mulher; macho/fêmea; acabou que vantagem há em ficar casado com irmão/amigo?


Separação = libertação

Claro que nunca imaginei que seria tão feliz me separando. Imaginava dor, sofrimento, vazio, etc. 
Claro que foi tudo muito bem pensado, trabalhado em terapia, conversado.

Mas a sensação de libertação é muito boa, liberdade interna mesmo, de culpas infundadas, de auto-cobranças sem sentido, de crenças e valores carregados de várias gerações. 
Libertação de pesos que carregamos que é do outro, dos outros e não nosso. 

Uma liberdade em que eu sou eu, eu não sou uma extensão do outro. Tenho minhas próprias pernas, braços, mente e coração. Parece bobagem, mas é uma sensação maravilhosa, depois de 22 anos e mais 7 de um relacionamento anterior que não sei o que é ser eu sozinha, livre, leve. 

Mas para ter essa libertação não podem ter mágoas, raivas, apegos, julgamentos, vinganças, entre outros sentimentos que nos aprisionam e nos impedem de ser feliz.

Em minhas experiências  a maior libertação foi saber que o outro esta bem e esta feliz. E assim me libertei mais ainda para o que nomeei de FELIZ VIDA NOVA.



Porque agora tudo é novo, tudo é diferente, até mesmo um café que vou fazer, não é mais para dois, é para um. Outro dia o gás acabou e quem teve que solucionar? Eu. E isso foi muito bom. E muitas outras coisas, saio daquele papel de co-dependente e tomo as rédeas da minha própria vida. 
Descubro um mundo novo, um mundo de possibilidades e vou caminhando leve, como se nada me prendesse.

Sim, a separação pode ser libertadora, pois liberta de algo que não está bom, que vamos empurrando e empurrando até quando? Até que um fira o outro? E foi isso que procuramos evitar, chegar a um ponto em que um começaria a machucar o outro, sem necessidade. Mas muito escolhem viver se ferindo, machucando, maltratando, etc. de forma direta ou não. 

Escolher ser feliz é sempre o melhor caminho. Medos são naturais, mas no final das contas vale a pena, lembrando, desde que haja desapego. 
Independente de onde se casou, que fique a mensagem:








O QUE DEUS FAZ. ENQUANTO HOUVER AMOR, O HOMEM NÃO DESFAZ. 

Por Cristina Silva- Psicóloga 

terça-feira, 12 de julho de 2016

Não estou sozinha

Quando minha mãe faleceu, no mês de fevereiro deste ano (2016), senti uma sensação horrível de orfandade. Escrevi sobre isso e desde então tenho repetido a frase:
_ Estamos sozinhos no mundo.

Para ajudar, três meses depois me separei e reforçou a sensação de que estou sozinha no mundo e comecei a escrever e refletir sobre ser só.

Mas a vida é tão sábia que começou a me mostrar que NÃO, não somos sozinhos no mundo.  E dentro das últimas experiências tenho duas reflexões:

A primeira é que nunca recebemos de quem esperamos, algumas pessoas que considero importantes na minha vida, nunca sequer me mandou um simples whats perguntado: Você está bem? Nunca me ligaram, ou deram uma palavra de conforto. Mas ok, meu objetivo aqui não é julgar, também não costumo ficar presa nas decepções e entendo que cada um dá o que tem e muitos não têm nada para dar. (e você pode pensar: e isso não é julgamento? rsrs).

A segunda reflexão é que existem muitas pessoas especiais neste mundo, graças a elas nunca estaremos sozinhos. Conto aqui minhas experiências com estas pessoas especiais:

1. Estava no processo da separação e uma amiga estava envolvida com questões profissionais, outra com novo amor, a outra com saúde... enfim... do nada chega a seguinte mensagem:
_ Cris você está bem?
_ Porque? respondi - rsrs mania de psicóloga, responder uma pergunta com outra
_ Porque estou sentindo que você não está bem. Quer conversar?

Siiiiiiiiiim, era tudo que eu precisava naquele momento, uma amiga para conversar e este anjo percebeu que eu estava precisando dela e ela estava ali para me oferecer seu colo. E a ela minha profunda gratidão.

2. Fiz uma viagem de 10 dias, com meu irmão fui para a cidade dos meus pais onde moram nossa família e advinha.... muito carinho, muito amor, muita dedicação, risadas, alegrias e festas. Foram 10 dias simplesmente perfeitos, recebemos tudo que precisávamos para nos reestruturarmos pós perda. Aqui deixo minha gratidão aos tios. tias, primos, primas, amigos, amigas... melhor parar por aqui rs

3. Neste final de semana conheci pessoas maravilhosas, presente de Deus. Carinho, admiração, atenção, bom papo e terapias não faltaram.

As amigas que estavam ocupadas, em seu tempo foram voltando e quando uma não está presente a outra está e assim fui me dando conta que menti, não estamos sozinhos no mundo, Deus sempre providencia pessoas especiais para estarem ao nosso lado, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza.

Quando nos permitimos as pessoas se aproximam e oferecem o seu melhor e assim podemos receber e oferecer também o nosso melhor, cultivando as relações seja entre amigos ou família.

Deixe vir quem quer vir e quem pode vir.

Quanto às minhas teorias, se até FREUD que é o Gênio refez as suas e Bert Hellinger ainda hoje reinventa, eu uma simples mortal posso fazer e desfazer as minhas. Afinal é assim a vida, DINÂMICA.

E as grandes surpresas não param por ai, as filhas se tornam companheiras e o ex marido se torna amigo.

Quem está sozinha? Eu? Não, não estou, tenho pessoas muito especiais perto de mim e a todas estas minha profunda gratidão.
E a Deus, obrigada por me fazer perceber que tem muita gente no mundo para ficar sozinha.


Por Alzira Cristina Silva - (Cris)  Psicóloga Clínica


https://youtu.be/OE2boJnrVfk