quarta-feira, 19 de julho de 2017

Mais AMOR por FAVOR caros colegas Psis

Para refletir...

Participo de diversos grupos no facebook, grupo de Constelação Familiar,  artesanatos, de amigos, ideologias, psicologia, etc.

Todos os grupos parecem interagir perfeitamente, sempre que alguém discorda disso ou daquilo se coloca com respeito ao que o outro pensa ou sente.

Os grupos que considero piores são aqueles formados por psicólogos.  Fico me perguntando se sou tão chata assim, juro que me policio para ser humana e o que vejo em comentários dos caros colegas psicólogos está longe... muito longe de humanidade, beira a falta de respeito e educação.
Vamos lá:

·         Coloca-se um post em um grupo cujo objetivo é indicação , “gostaria de indicação de psicólogos da região x, y, z que cobre valor acessível para indicar uma pessoa”; pronto lá vem a crucificação; críticas e condenação  não falta.

·         “Preciso de indicação de profissional que atenda a linha X”. Lá vêm as críticas que tal linha isso, linha y melhor que x, minha linha melhor que a linha do outro e bla... bla.. bla...

·         “Preciso de uma psicóloga que seja feminista” “Cristã” “Espírita"... coitada da pessoa que pediu isso. Imagine os comentários

E por ai vai. Minha questão é, onde está a humanidade dos psicólogos? Se a pessoa quer alguém que atenda por valor simbólico e tem profissionais que o fazem, qual o problema? Sei bla...bla...bla..

Se pede um psicólogo Cristão, ou Espírita ou o diabo a quatro... seja no mínimo respeitoso, mas ai vem a colega que com todo respeito explica que psicologia não envolve religião, cita o código de ética e tudo, mas indica uma pessoa que atende TVP,  foi crucificada. Por quê? Porque teve respeito ao pedido do outro? Porque indicou uma terapia, segundo a necessidade da pessoa que estava pedindo?

Queridos colegas Psis, não somos deus, não somos detentores da verdade absoluta, sinto muito informá-los. 

Nossa profissão é uma das mais lindas, aprendi no decorrer dos meus 15 anos de carreira que estou a serviço do outro e da vida. Aprendi que respeito à dor e à necessidade do outro vem em primeiro lugar. Nosso papel é olhar e no mínimo respeitar o que esta sendo solicitado. Se você não atende por valor mais baixo ou se não segue a linha x, não responda, deixe que os que se dispõe o faça. Isso, acredite, não vai diminuir ou aumentar o seu valor enquanto profissional.

Aprendi também que meu colega Psicólogo não é meu concorrente ou inimigo, que podemos nos aliar, trocar aprendizados e indicações. Se pensamos por linhas diferentes um pode ajudar e complementar o raciocínio do outro. 

Quando falamos de crenças, valores éticos e morais falamos da realidade de cada pessoa, se você não é capaz de respeitar a realidade, a história de vida, os motivos e causas do que está lendo ali, me desculpe, volte pra faculdade ou vá fazer outra coisa.  Ou no mínimo estude sobre empatia e rapport.
Penso... penso.. penso... e chego a uma conclusão, nossa área é bastante solitária, muitos não fazem psicoterapia, mesmo sabendo que é um dever nosso, resulta neste caos que são os grupos de psis, enxurrada de críticas ao colega ou ao solicitante.

Em grupos na vida social as pessoas têm medo quando falamos que somos Psicólogos, sempre achei que o motivo seria medo de serem analisados, mas infelizmente estou descobrindo que o medo é de ser criticado.

Mais amor meus amores, por favor.
Ah!!! E sei que receberei inúmeras críticas, mas pensem com carinho sobre essas questões.

Por Cristina Silva – Psicóloga Clinica e Coordenadora de Curso de Pós Graduação



quarta-feira, 12 de abril de 2017

Procure ajuda para seu filho adolescente - Os 13 Porquês.

Acabei de assistir a série que tem sido discutida nas redes sociais, 13 Reasons Why (Os 13 Porquês), trata de uma adolescente que sofria bullying na escola e como conseqüência comete suicídio. 

 Alguns colegas da minha área  criticam a série e outros recomendam para pais e profissionais. Meu objetivo não é defender ou atacar a série e sim chamar atenção dos pais.


Ser adolescente é muito mais difícil do que parece, eu particularmente gosto muito de atendê-los porque oferecemos a eles um espaço único, em que podem confiar e falar de seus conflitos sem medo, para um profissional que o escutara com todo o respeito que merece e principalmente, com todo o respeito que precisa.

Estou em um período em que adolescentes que atendi no passado estão retornando à terapia, hoje jovens adultos e me sinto muito orgulhosa de ver o progresso que tiveram. Esta semana ouvi de um jovem que retornou porque precisa de um lugar para falar e a terapia proporciona isso a ele e lembramos um pouco de seu processo na adolescência. 

Meninos e meninas chegam ao consultório machucados, perdidos, revoltados ou introvertidos e após algum tempo de acompanhamento conseguem entender e lidar com seus conflitos tornando-se jovens e adultos saudáveis.

Sinto mesmo muito orgulho desses que pude contribuir e ver os resultados de meu trabalho. Adolescentes que venceram e sobreviveram com equilibrio.

Já fiz muitos trabalhos, alguns até inusitados, já joguei vídeo-game em sessões para poder tocar a alma do meu cliente; já fiz sessões com pai e filha; mãe e filho; família inteira sempre com o foco na solução da dor do meu pequeno adolescente. Trabalhos que surtiram efeito e que hoje voltam para comprovar.





A importância da psicoterapia para o adolescente









Infelizmente muitos pais acham que é besteira ou se recusam a investir no tratamento; os filhos podem conversar com os pais sobre suas angústias, não, não podem; se levarem para os pais seus conflitos, medos, desesperos, escolhas, etc. serão julgados, não serão ouvidos porque os pais estão atarefados e ocupados demais; serão aconselhados a fazerem o que os pais acham ser o certo e no fundo não serão ouvidos. Até porque nós pais, e me incluo nesta, não queremos ouvir; não porque somos maus, mas porque ouvir a dor de um filho é como se fosse ouvir um grito muito alto acusando: “VOCÊ FALHOU”, sendo assim preferimos não ouvir.

Mas eles têm seus problemas, com escola, com amigos, com amores e pasmem, principalmente com os pais; têm dúvidas, incertezas, medos e desesperos. Ter um adulto e de preferência um profissional que está preparado para ouvi-los e ajudá-los neste processo de vida, pode fazer muito bem.

É com muito pesar que vejo os pais tirarem os filhos da terapia antes de ter feito um trabalho que possa estruturá-los para viver esse momento de vida. Assistindo a série pude pensar em alguns adolescentes que faziam terapia e que não tiveram oportunidade de continuar. A maioria dos pais alegam ser por problemas financeiros, na verdade são outros motivos que os levam a interromper o trabalho com os filhos, como por exemplo:
  • ·         O adolescente começa a ter autonomia;
  • ·         Os pais precisam entrar em contato com seus próprios problemas;
  • ·         Mudanças começam a acontecer;
  • ·         Pais começam a lidar com culpas;
  • ·         Ciúme porque o filho fala tudo para a psicóloga e não conta para os pais;
  • ·         Preconceitos;
  • ·         Negação, processo em que os pais não querem reconhecer que o filho não está bem.
  • ·         Outros.


Gostaria que os pais tivessem mais consciência, ao perceber que o filho adolescente está passando por algum conflito ajude-o, leve-o para psicoterapia, ofereça a ele um local seguro para que possa olhar suas dores e angustias antes que seja tarde, algumas conseqüências são: alcoolismo, drogas, introversão,  bullyng (ativo ou passivo), insegurança, retraimento, fobias, doenças psicossomáticas e até suicídio como ocorre na série.




Procure ajuda, como pais nem sempre conseguimos tocar a alma dos nossos filhos, os pais não são perfeitos, falham e os filhos, muitas vezes nem querem que os pais percebam que não está bem por vê-los preocupados demais com seus problemas, para poupar os pais os filhos engolem seus dilemas e sofrem calados.







Pais não hesitem em procurar ajuda, você só estará fazendo o bem para seu filho, fiquem atentos. 

E quanto à escola?

A escola tende a não olhar para o bullying, já ouvi de diretores de escola que as crianças fazem brincadeiras, mas são brincadeiras que machucam, ferem e marcam a vida de uma criança/adolescente para sempre.

As escolas precisam atentar para estes fatos, ocorre dentro da escola portanto é um problema da escola sim, é o local onde os adolescentes se concentram com todas as suas angústias.

Se as escolas se propõem a fazer um trabalho, não é tão difícil assim, eles estão perdidos e carentes, querem um olhar, apenas isso, mas novamente caímos nas mesmas questões dos pais: investimento, e olhar para os erros da própria instituição.




Por Cristina Silva- Psicóloga Clinica, especialista em Constelação Familiar e mãe. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O poder das redes sociais

Esta semana passei por uma experiência e venho aqui compartilhar.

Quando penso em redes sociais, penso mais especificamente no Facebook, muitas pessoas estão conectadas diariamente e outras abominam, acham perda de tempo.

Claro que há os bons e os maus usos das redes. Mas no geral vejo mais para o positivo que negativo.

Costumo falar do meu trabalho, divulgar cursos e palestras, divulgo blogs e textos que escrevo, acredito que ajudo pessoas de alguma forma, também uso para descontrair , curtir os amigos, postar fotos fofas, colocar videos com as graças do meu neto, enfim... uma infinidade de coisas dá para fazer nas redes.

A mais importante é o vínculo que vai se formando entre as pessoas, desenvolvemos carinho por pessoas que nunca vimos pessoalmente e que se tornam importantes para nós, alguns passamos a conhecer  e outros se tornam projetos de um encontro no futuro.

Mas o que venho falar é do poder que essa rede tem, no domingo a noite, 29/01 meu cachorrinho saiu para fazer xixi, moramos em uma pequena rua sem saída com portão na entrada, não observou-se que uma pequena parte do portão estava aberto e quando demos conta ele já tinha sumido. O maior problema é sua idade, 15 anos e não enxerga.

Ficamos desesperados, as minhas duas filhas saíram pelas ruas, chorando para ver se achava, em minha mente veio duas cenas, ele andando sem rumo, devagar e inseguro e uma boa alma o pega e leva pra casa e a outra... bem acho que nem preciso descrever.

Pegamos o carro e saímos a procurar, em várias ruas do bairro e nada.

Na segunda feira de manha fomos a alguns Pets do bairro, imaginando que quem encontrou deveria levar a um deles, nada.

Pensei nos julgamentos, de certo que as pessoas pensariam que era um desses cachorros que foram abandonados por estar velhinho e ainda por cima cego. Não foi. Minha filha chorou a noite inteira e eu tive pesadelos.

Por volta de umas 14hs na segunda feira, pensei na possibilidade de postar uma foto dele no Facebook mas sem muita esperança. Nem foto recentes temos, como ele está velhinho deixamos ele em paz, até o meu neto de 2 anos já entendeu que o Ricky é só pra fazer carinhos, nada de grandes aventuras, sendo assim evitamos tirar fotos.

Só tinha foto de cima e procurei uma na internet que fosse bem parecido com ele, e pra ajudar meu notbook, onde estão as fotos antigas, estava no técnico.

Com todas essas limitações fiz a postagem:

Pessoal meu cachorrinho fugiu ontem a noite na região da freguesia do ó. 
A imagem pode conter: 3 pessoas, pessoas sorrindoEstamos muito triste mas acima de tudo preocupados, ele tem 15 anos e não enxerga, deve estar muito assustado. 
O pelo dele está exatamente no tamanho da foto, talvez um pouco menos.
Peço a todos da região da freguesia que compartilhem, eu acredito que alguém o viu perdido e pegou. O nome.dele é Ricky da raça Lhasa Apso.
contatos: xxxxxxxxxx
av. xxxxxxx
Está postagem é de 30/01/2017
Contamos com vocês.

Em uma hora 42 pessoas tinham compartilhado em suas time line, as 17hs recebemos uma ligação de um homem dizendo que tinha visto uma mulher pegar um cachorro nas proximidades, viu a foto no facebook e reconheceu. 
A imagem pode conter: 2 pessoas, texto







Às 18hs minha filha e o pai foram até o endereço indicado e lá estava nosso molequinho. Um grande alívio para todos nós e nossos amigos que viveram esta angustia e nos acompanharam.
Logo tive o prazer de postar uma nova foto: 











Reflexões:

Se em três horas uma série de pessoas se movimentaram para acharmos o Ricky fiquei pensando se esta força se unir o que podemos fazer pelo nosso país. Pela educação, saúde, economia, etc. 
Mas nos deparamos com  algumas dificuldades das quais percebo:

- Paralisação: o governo faz o que quer e nada fazemos, aumenta seus salários, nossos impostos, roubam descaradamente e a população? E me incluo nessa, passivamente assistimos tudo como se tivesse vendo cenas de novela mexicana. 
Quando diminuíram a velocidade das marginais, e eu lá estava andando a 50km por hora, sentia uma grande angústia, não por dirigir devagar, mas por ver a cena, um monte de robôs obedecendo às ordens, sem reagir, sem questionar, apenas obedece. Salvo alguns que se manifestam, a grande maioria cumpre sem questionar, guardam suas raivas desse sistema, assim como eu.

- Divergências de opiniões: enquanto a população tiver dividida entre um partido contra o outro, enquanto não houver uma consciência de que somos um país, uma população carente e necessitada e não esse ou aquele político, não haverá melhoras. Enquanto a maioria não pensar ou apoiar um mesmo pensamento nunca iremos a lugar nenhum, vejo o país como um cabo de guerra: uns defendem os 50km/h outros 70km/h; uns apoiam a cidade ser pintada de cinza e outros se revoltam e assim vamos seguindo. 
Muitos se calam porque pensam: "adianta eu falar alguma coisa?"; "Vai resolver se eu for pras ruas"; "Se eu tiver de comer vou ter que trabalhar, então o que eles fazem não vai me parar.".

Sei que tudo isso que penso não nos levará a nada, nem gosto de falar de política e do que fazem com nosso país, tento fazer minha parte para um mundo melhor; mas o movimento que meus amigos fizeram para achar o Ricky poderia ser  milhões de vezes mais, por milhões de pessoas para acharmos nosso País, nosso Brasil, nossa saúde, educação, segurança, alegria, esperança, etc. 

Mas enquanto existir o cabo de guerra... nada será feito.

Mas se perder seu cachorrinho, se sumir um um ente querido, não exite em usar as redes, grite para o mundo e você se surpreenderá com a ajuda que receberá. 

Vejo muitas postagens de pessoas que foram encontradas após postagens da família. 

Por Cristina Silva - Psicologa Clinica 
Facilitadora em Constelações