Luto
Perder uma pessoa muito querida é
o mais difícil na vida de um ser humano. Ver partir aquele (a) que parece ser
um pedaço de você é uma dor muito profunda, é uma dor dilacerante. Como se
rasgasse sua pele sem anestesia. E esta dor dura... dura.... e dura.
Permanece por muito tempo, por
toda a existência.
Quem já fez uma cirurgia ou um
corte muito profundo ficou com uma cicatriz; costumo comparar a dor do luto com
esta cicatriz, a dor da cirurgia ou corte vai diminuindo e com o passar do
tempo fica só a marca, mas sempre que você olha ou toca nesta marca, cicatriz,
vai se lembrar da causa dela, vai sentir, vai doer. No luto é a mesma coisa, o
tempo passa, a dor até diminui, mas nunca nos esquecemos, sempre haverá a marca
desta dor horrível.
Sem contar que Junto à dor de
perder soma-se a dor da saudade e algumas vezes a dor da culpa, gerando de uma
tristeza muito grande até uma depressão.
Alguns conseguem lidar com mais
facilidades e outros com mais dificuldades, depende das estruturas de ego.
Alguns autores falam que o luto permanece por 1 a dois anos, mas acredito que
ele fica para sempre, sendo assim creio que o luto tem seus picos de
dificuldades maiores no período de um a dois anos.
No primeiro ano sem o ente
querido as dificuldades são maiores porque precisamos superar a falta. Em datas
comemorativas a dor se faz presente com mais intensidade que no cotidiano. Por
este motivo calcula-se que a cicatrização começa após um ano. Após passar dia
das mães, dos pais, páscoa, natal, entre outras datas.
Algumas pessoas levam até dois
anos para começar sua cicatrização.
Outras levam muito mais tempo,
dependendo do tipo de vinculo e das suas próprias estruturas de ego e seus
recursos emocionais. Nestes casos um apoio psicológico se faz necessário.
Procurar entender sobre a morte,
dar um significado espiritual para ela, lembrar de bons momentos vividos com a
pessoa, ver fotos, falar sobre e chorar são formas de elaborar, ou seja, de
acomodar, entender e aceitar o fato.
Voltar à vida, valorizar aqueles
que estão por perto, dar novos significados são recursos que contribuem.
Lembro-me de uma jovem que após a
morte de seu pai passou a não gostar de natal, pois passar o natal sem o pai
era doloroso demais. Neste dia se isolava ou procurava por pessoas que não
comemoravam a data. Após o nascimento do primeiro filho o natal passou a ter novo
significado, o filho trouxe-lhe de volta a alegria e sentido de vida que tinha
perdido. Este exemplo foi citado porque pode servir para percebermos que
podemos seguir e é possível ser feliz mesmo faltando um pedacinho que se foi.
Eu acredito que, aquele que
partiu, se pudesse escolher, escolheria ver quem ficou, bem.
Por: Cristina S. Souza
Psicóloga
Por: Cristina S. Souza
Psicóloga
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