sábado, 10 de agosto de 2013

Pai - você se foi....

Pai

Hoje minha homenagem vai para aqueles que, como eu, o pai já se foi.

Sinto muita falta do meu pai, tenho muitas lembranças da vida com ele.

Quando criança eu era seu bibelô, vivíamos grudados, ele era autônomo, comerciante e  sempre fazia compras por toda São Paulo e eu ia junto.
Vejo a imagem, ele grande, forte, alto e eu uma princesinha, andando ao lado do Rei, cabelos longos, pele clarinha e gordinha. Saltitava pelas ruas segurando as mãos do meu PAI.
E ele carregava-me como a um troféu, tinha orgulho de mim, fazia questão de me levar.

Nunca brigou comigo e fazia todos os meus gostos, e ainda ordenava que os outros também fizessem todos os meus gostos.

Hoje vejo pessoas cobrando que o pai não brinca, não conversa.
Meu pai não brincava e muito menos tinha diálogos comigo, mas ele estava lá. Sempre presente. E eu sentia sua presença, seu olhar, sua proteção, sua admiração e seu amor. Sentia-me segura, porque o meu pai, sempre estava lá, cuidando e protegendo-me.

Lembro-me de uma viagem para praia, fomos para casa de um tio, acho que era inverno porque a praia estava deserta, nós dois caminhando e eu pegando conchinhas, correndo, molhando os pés e ele lá, me acompanhando, cuidando e observando. Foi um lindo passeio... parecia cena de filme.

Eu cresci, adolesci e ele continuava lá, em seu silencio mas atento, respeitava minhas escolhas, minhas idéias e meus ideais.

Ao ver minhas lágrimas ele se incomodava, não interferia, mas estava lá... se eu precisasse, estava lá.
Eu virei adulta e ele se foi. 


Mas o que posso deixar aqui é talvez uma reflexão para aqueles que vivem a cobrar.

Não, o meu pai não era perfeito, nem como marido, como profissional, e em outras áreas da vida também não, mas era o meu pai.

Ele não rolava no chão comigo, não tinhas longas conversas, mas era o meu pai.
E eu o amo exatamente da forma que ele era. Sem procurar e sem colocar defeitos, porque o amor puro é assim... simplesmente ama.

Talvez algumas pessoas possam refletir ao ler este artigo e re-pensar a relação com o pai, e eu aconselho que o faça, sabe porque? Um dia ele, seu pai, vai embora e pode ser muito tarde.

O meu foi embora cedo, mas como meu amor por ele era grande, não foi tarde, porque ele sabia que eu o amava, e ele me amava, e ele tinha orgulho de mim.

Eu também tenho orgulho de mim, da mulher que me transformei, da esposa que sou, da mãe, profissional, etc.  e parte de tudo que sou devo a ele, meu pai. E sou grata porque muito da minha alegria e felicidade recebi dele, de seus cuidados de seu amor.

Meu objetivo com este artigo, não é ser melancólica mas é falar para você:

Fazer o melhor com a vida é fazer o melhor com o que recebemos dela.

Ame o seu pai, sem cobranças, sem ideologias, sem utopias...
Ame-o como ele é e seja feliz!
Aproveite enquanto o tem, seja perto ou longe...

Feliz Dia dos Pais e todos os outros junto a ele, o seu PAI.


Por: Cristina Souza - Filha

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