domingo, 23 de março de 2014

A Tatuagem de Borboleta

A Tatuagem de borboleta e seu significado


“Meia idade é quando você alcança o fim da escada e descobre que ela estava na parede errada”. (Sue Shellenbarger no livro A crise da meia idade feminina)

Quem me companha e ao meu blog, vai perceber que esta frase já foi usada em outros momentos, mas é porque esta frase mexeu muito comigo.

Fiz uma tatuagem esta semana, com 44 anos de idade, mãe de duas filhas, profissional, esposa e avó. Mas o que tem haver a frase x tatuagem x crise da meia idade?

Tudo.

Quero ressaltar que estou amando a crise da meia idade, parece que estou me libertando de muitas amarras das quais até então fazia uso. E aqui faço uma reflexão para ajudar as leitoras a passar por esta crise da melhor forma possível.
Libertar as amarras é a primeira identificação com a borboleta, ela se desenvolve dentro de um casulo, e não é isso que fazemos?

Nosso casulo  
Nascemos e logo se impõe sobre nós todas as regras, todos os nãos e nunca acaba, crescemos ouvindo não pode, não deve, não faça. Porque? Nunca sabemos porque. Porque sim e pronto.
E assim vamos sendo enfiados e vamos nos enfiando dentro de casulos, com regras, normas, deveres, culpas, medos, etc. etc. etc.
Mas o problema é que temos nossos sonhos, desejos, vontades, ... Muitos destes, não nos permitimos sequer pensar ou concretizar em pensamentos, por ser tão proibido, reprimimos e vamos ficando apertadinhos dentro do casulo.
Claro que tudo isso é necessário para uma vida “digna”, para viver em sociedade, em família, em religião, no mundo, mas é um casulo, no qual vamos nos espremendo cada dia mais.
Vamos abandonando desejos, vontades, ideais, na medida que crescemos e envelhecemos mais nos apertamos, para caber, dentro do casulo. E assim levamos a vida, ora bem, ora mal, mas ela vai indo!

na infância e na adolescência costumava ser ‘rebelde’ e isso gerava conflitos, na família, na escola, no trabalho, então fui amadurecendo e fui me adaptando às regras. Ex. eu adolescente, queria xingar uma determinada pessoa, adulta, que me julgava por eu ter amigos(as), mas fui proibida de fazer isso pela minha mãe e enfiei minhas frustrações, raivas e desejos, dentro do casulo”.
E assim vamos enfiando muitas outras coisas e por várias vezes as mesmas.

Vamos formando crenças e valores, regras, conceitos e pré conceitos que não são nossos de verdade, são da mãe, do pai, do amigo, de qualquer pessoa, menos nossos.

Me tornei uma jovem e adulta séria, fechada, com muito alto respeito, cuidava de mim como se cuida de uma jóia rara, ninguém podia se aproximar, e criei regras: nunca beber, nunca fumar, não chegar nem perto das drogas, tatuagem, homossexualidade, piercing, traição, tudo era visto por mim com muita rigidez, tanto que minha filha pedia para fazer mexas nos cabelos e eu respondia não, piercing nem pensar, entre outras regras que criei para mim: não podia ter amigas e muito menos amigos, não podia fazer uma tatuagem porque seria mal exemplo para minhas filhas, não podia mentir em hipótese alguma, ....”


Batendo asas
Até que um dia nos deparamos com a parede errada no final da escada  e é nesta hora que começa a crise da meia idade e vemos que muito do que  esprememos para caber no casulo, não faz sentido. Deixamos de ser quem somos para ser o que o outro deseja que sejamos, de forma consciente ou não, desde sempre, desde o nascimento. Buscamos a aprovação do outro, o amor do outro e vamos esquecendo de encontrar nosso amor próprio.

E é nessa hora que se inicia a crise da meia idade, é nessa ora que o casulo fica insuportavelmente apertado.
E se iniciam profundas reflexões, pensamentos, retrospectivas da vida, e acreditem, crise pode ser boa, podemos neste momento escolher se nos revoltamos ou se fazemos diferente.

“E é neste momento que decidi me libertar do meu casulo, pensar diferente, agir diferente, fazer a diferença para mim mesma, e foi neste momento que a coragem de fazer uma tatuagem, a minha borboleta, nasceu, transformei um desejo reprimido em realidade. Bati minhas asas e isso está registrado na minha pele, para sempre.”

Libertar-me e bater asas fez com que eu emagrecesse 15 kg e tenho programado emagrecer mais 10, fez com que eu entre nos ambientes, como por exemplo academia, e olhe para as pessoas, homens e mulheres, fez com que eu sorria quando tenho vontade e chore quando preciso, faz com que eu use a roupa que quero, na cor que quero, comemoro meu aniversário e o melhor de tudo..... meus preconceitos, valores rígidos, julgamentos, se foram e eu bati asas. Livre de mim mesma.


Aproveitar a crise para ressignificar a vida é a minha sugestão para você que está presa.
Não passe vontades, crie suas próprias regras, viva a vida de forma colorida e seja feliz.



Por: Cristina S. Souza – Psicóloga 

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei a matéria!!! Acredito q o quanto antes nos libertamos das amarras, seremos felizes e completas!!! Parabéns :)