quarta-feira, 1 de abril de 2015

Um mundo estranho

Ontem estive em um laboratório acompanhando minha mãe e fiquei lá por aproximadamente 1:1/2 hs. Tempo este que pareceu uma eternidade frente a situação que irei relatar e quero refletir, passei por raiva, indiferença (como forma de defesa), tristeza ... até que as lágrimas vieram aos meus olhos e aqui estou compartilhando.

Uma mulher, intitulada mãe, estava com duas crianças, dois meninos de aproximadamente 4 anos, um deles chorava bastante e o outro mais calmo ficava andando entre as pessoas, a mãe, zero de paciência, brigava o tempo todo e ameaçava: _ Fica quieto. _ Para. _ Vou te bater.... até que deu um safanão no que parecia ser mais velho, o mais calmo. Fiquei sem entender porque o quietinho apanhou.
Tentava... juro que tentava me concentrar em um joguinho no celular para ficar distante daquela situação, mas os berros do pequeno não permitia, até que chegou um momento que a mãe falou em alto e bom tom:

_ Jumento.
_ Seu burro, você é burro.
_ É um jumento.
_ Que inferno vocês.   -  a criança chorava falando:
_ Não mamãe.... não mamãe....

Neste momento meus olhos se encheram de lágrimas. Minha vontade era virar para a dignissima mãe e falar:
_ Depois estas crianças crescem e lhe dão um tiro e ninguém sabe porque. - mas não falei, ela poderia criar uma situação pior.
Pensei em virar e dar o meu cartão.... mas não....

Enfim, minha mãe foi liberada e fui embora com o coração apertado e agradeci por minha mãe ter me ensinado a ser uma mãe amorosa, sempre tive muita paciência com minhas filhas e hoje com meu netinho.

Mas quero deixar aqui algumas reflexões; Ainda existem pais assim???

Ainda existem, e de certo eles não tem a minima noção do prejuízo que podem causar para o emocional desta crianças. Existem pais assim e em todas as classes sociais.
Pais irados, irritados, estressados, autoritários (de autoritarismo), donos da verdade, que ferem seus pequenos tesouros com a língua felina, com a mão pesada, com um olhar de ódio.
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E assim vão se construindo pequenas crianças com grandes feridas, feridas estas que podem contribuir para a formação de futuros marginais, futuro câncer, futuros psicopatas e em raros casos, futuros grandes Homens/Mulheres mas com profundas marcar e prejuízos.
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Muitos destes adultos, até sonharam em realizar-se enquanto pais, ter filhos, dar amor, cuidar.... outros recebem os pequenos de surpresa, mas amam assim mesmo, e o mais curioso é que estas atitudes são por amor. Para disciplinar. Educar....

Olhar para uma criança, seu filho(a), pequena, em formação física e emocional com amor é sinônimo de acolher, abraçar, acalmar, afagar, assegurar.

Ter paciência, deixar os problemas de adultos fora desta relação, contar até 10...100...1000...,  procurar ajuda, enfim... existem milhares de formas para manter um equilíbrio emocional e dar amor de verdade para os filhos.

Quantos pequenos que sofrem em seus lares, o pior, sofrem por receber algum tipo de agressão daqueles que mais amam, os pais, aqueles que deveriam lhes assegurar, no minimo, dignidade.

Que possamos cuidar melhor das nossas crianças. Resultado de imagem para pais e filhos


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Por Cristina S. Souza
Psicóloga - mãe -  avó


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