quinta-feira, 14 de maio de 2015

Porque seus filhos brigam?

Ano passado, em um dos encontros em grupo que ministrei, discutiu-se um tema que toca a todos:  a diferença que a mãe faz entre os filhos, alguns filhos reclamaram que as mães demonstram sem  reservas gostar mais de um que de outro, muitas vezes de forma inconsciente.

Após participação no grupo houve entre as minhas filhas (que estavam presente) o seguinte diálogo:
_ Mãe estavamos conversando e chegamos à conclusão que você não faz diferença entre nós.

_ É verdade mãe, você trata as duas igual.

Foi maravilhoso ouvir isso, pois um dos meus propósitos é que minhas filhas não se sentissem preteridas, menos amada ou até amada de forma nenhuma.


Brigas entre irmãos

Você sabia que o maior motivo das brigas entre os irmãos é na verdade briga pelo amor dos pais?
Podem duas irmãs estarem brigando porque querem o mesmo brinquedo, este é o que chamamos de sintoma, a raiz das brigas é pelo amor da mãe/pai.

Resultado de imagem para brigas entre irmãosVamos imaginar a situação: duas irmãs, uma de 8 e uma de 4 anos, brigam porque uma pegou o brinquedo da outra; a mãe interfere e (geralmente acontece) defende a menor. Afinal, não tem nada demais uma pegar o brinquedo da outra certo? Errado.

Quando uma é defendida a outra recebe e registra a informação: minha mãe ama mais a minha irmã que a mim.
Agora imagina este registro sendo formatado todos os dias e várias vezes por dia. 


Resultado: Uma gigantesca bola de neve, com a informação: minha mãe não me ama, gosta mais da minha irmã do que de mim.

Parece mentira? Mas é verdade, estamos falando de interpretação, emoção,  inconsciente....


A mensagem é recebida e interpretada pela criança, por mais que a mãe faça movimentos mostrando seu amor, cada vez que a irmã é defendida vai aumentando a crença registrada. 


E o que fazer?

Após ter sofrido anos, acreditando que minha mãe não me amava e felizmente existem a Psicologia, a PNL, a Hipnose e a Constelação Familiar que me ajudaram a mudar estas crenças; mas quando fui mãe, ainda as tinha fortemente dentro de mim e jurei que jamais faria isso com as minhas filhas.

Elas têm a diferença de 7 anos de uma para outra, então quando uma tinha 8 a outra 1 ano; e mesmo com toda esta diferença, quando brigavam eu falava que não queria saber das brigas delas. 

Um exemplo é quando colocamos TV a cabo. Uma estava na pré adolescência e amava músicas, a outra na infância amava desenhos e a guerra começou, chororô, birras.... 
_ Mãe... ela não deixa eu assistir.
_ Olha... nós compramos a TV pra que vocês tenham uma programação legal, tenham bastante opções para assistir, para ficarem felizes, mas se for para brigarem nós cancelamos a assinatura. Então vocês pensem.

Resultado de imagem para acordosNo dia seguinte a paz reinava na sala pela manhã e descobri que fizeram o acordo que um dia o controle remoto era de uma e no outro dia da outra.

E sempre foi assim, com acordos, sem ciúmes e o mais importante: sem dor, sofrimento, sentimentos e crenças negativas. 

Uma formula simples: não tomar partido + deixa-los resolver = negociação 
                               Simples assim
Independente das idades.


Hoje, uma com 20 e a outra com 14, sinto orgulho de ver a união; uma usa roupa da outra, sapatos, maquiagens, têm até os mesmos amigos e brigas são muito poucas e passageiras.

Preparando para o futuro

Algumas teorias nos dizem que brigar com os irmãos é uma preparação para a vida, um treinamento para quando estiverem adultos que terão que brigar por uma vaga no mercado, por uma namorada, etc. Em parte concordo, mas o maior prejuízo nestas relações, volto a falar são as dores de se achar menos amado, querido, admirado, etc. Isto causa baixa estima e com ela o filho vai para o mercado de trabalho e o risco de ser massacrado é grande. 


Somos responsáveis pela integridade física e emocional de nossos filhos. Fico feliz quando recebo no consultório pais que procuram ajuda ao menor sinal de que algo pode estar errado, pais que têm abertura para ouvir, mudar e garantir uma saúde emocional para os filhos com trabalhos preventivos. 

Aos feridos

Àqueles que já estão feridos, que já são adolescentes ou adultos, sim.... os pais amam aos filhos da mesma forma, o que muda é a afinidade ou a necessidade. Aquele filho que é mais aberto ao diálogo com os pais sempre terá mais espaço, até porque os pais tentam respeitar o que é mais fechado, introvertido. Aquele que parece mais fraco, também terá uma atenção especial, sempre, ao passo que o mais forte terá a admiração.
Sim os pais amam os filhos, e cada filho é único e as relações são vias de mão dupla.

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Espero que gostem do tema e que de alguma forma possa acrescentar. Aceito sugestões para outros temas. 



Por: Cristina S. Souza - Psicóloga

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