quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ser filha do Herói

Ontem partiu um Pai Herói, pai de uma amiga, cuja história tive o prazer de acompanhar e mais que acompanhar me identificar.
Quando morre o paizinho dela, também morre em mim mais um pedacinho do meu e é por nós que escrevo aqui sobre ser filha do Pai Herói.

Todos os pais são Heróis? Claro que quando há amor na relação entre pai e filho(a), este pai será visto como herói.

Mas quero falar de um Herói diferente, de uma relação que pode ou não ser comum nas famílias. É mais que falar do Pai Herói, é falar na relação onde há a filha do Herói.


Ser filha do Herói

Há um livro, infelizmente esgotado e que por sorte consegui um exemplar: "A filha do herói " de Maureen Murdock; Editora Summus, 1994.

Ser filha do Herói é ser a filha predileta, aquela que o papai protege e defende mais que tudo na vida. Sempre falava que eu era o bibelô (aquele pequenos enfeites de casa que parecem tão frágeis que ninguem pode tocar) do meu pai, ninguém podia tocar, triscar na menina dele que ele ficava uma fera.

"De maneira geral a filha predileta é determinada pela intensidade de sua ligação com ele. Esta filha idolatra o pai como a um herói e deseja ser exatamente como ele" - Murdock

A autora faz toda uma reflexão sobre os prejuízos de ser a filha predileta, embora tenha lido o livro e indicado para algumas mulheres tenho muito carinho por ele e tento corrigir as sequelas de ser a filha predileta e me alegrar por ter sido esta filha, a filha do herói.

Ser a filha predileta do pai é sem dúvidas gratificante, ser protegida, cuidada, mimada. Estar sempre com aquele herói por perto, cuidando e realizando nossos desejos. É assim a vida da filha do herói. Um pai que é presente e com certeza um presente de Deus para esta menina.

Hoje estou melancólica, ouvindo a amiga lembrar que o pai ia fazer trabalhos e a levava junto; o meu ia fazer compras para seus negócios e eu estava lá, junto. Em seu trabalho, em sua folga, em todo momento.

Um pai que pode até nem falar de seus sentimentos, principalmente esses que nasceram na década de 30, mas nem precisava, sua presença perto desta pequena princesa já é uma fonte de amor, o amor que sente pela filha é percebido e retribuído.

Hoje conheço muitas teorias que falam destas relações mas nenhuma pode descrever como é bom ter um pai Herói.

Uma das formas de identificar a filha do herói é ver que ela é mais apegada ao pai que à mãe. Normalmente se afastam da mãe e se unem ao pai.

São meninas que buscam o que querem, são controladoras e dominadoras, porque foram mimadas. E sou grata ao meu herói por ter me mimado, assim hoje, não aceito pouco, busco o melhor, porque é assim que um pai herói cuida da sua filha, dando o melhor, o seu melhor, amor.

Ama a ponto de parecer que ama mais que tudo. Mas é um amor que não dá pra explicar, mas dá para sentir.

Mesmo mimando, passa segurança, a segurança de que tudo vai dar certo. Pois a menina sabe que aquele grande herói esta sempre por perto pra fazer dar certo.

Pai- é uma palavra doce, para algumas meninas, mais doce que mãe. É assim para a menina predileta, a filha, filha do herói.

De Cristina S. Souza - Psicóloga






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