Mas muito antes fui tocada por diversas crianças e adolescentes que atendi cujos pais eram separados e percebia o maldito "jogo", cuja raiva e mágoa dos adultos, de forma muito egoísta é utilizada para ferir os filhos, pior que de forma inconsciente, pois estes pais acham que estão fazendo o melhor para os filhos e não percebem a dor que este sofre pela alienação.
E antes ainda pude acompanhar de forma bem pessoal uma situação, cuja guerra dos alienadores, resultou na criança um câncer que a levou à morte com 15 anos de idade. E isso é tão real e absurdo que no necrotério um dos alienadores virou para o pai e falou: "toma... agora ela é sua".
Enquanto os adultos, pais, avós, tios.... sequer olham para esta dor e ficam em suas guerra de egos para ver quem ganha nesta briga, alguns abrem mão e abandonam e mesmo assim, a criança sofre.
Quem deve ser protegido? Quem deve ganhar? Quem precisa de pai e mãe?
Um olhar pela visão da Constelação Familiar
Segundo a Constelação Familiar do Alemão Bert Hellinger, o sistema familiar é regido pelas ordens do amor, e estas ordens contém três leis, as quais serei breve na explicação, pois toda ela você encontra em nosso site www.espacocrescerpsicologia.com, e farei uma correlação com o assunto em pauta, alienação parental.
- Lei do pertencimento: todos têm o direito de pertencer ao sistema familiar, o problema é que alguns são excluídos, ex: aborto, assassinos, alcoólatras, ex namorados dos pais, etc. Quando alguém é excluído alguém do sistema atual pode vir para representar o excluído e fazer com que seja visto para que o sistema entre em ordem.
Algumas possibilidades de situações:
- quando o pai do alienador foi excluído este pode fazer o mesmo com o genitor do filho repetindo o padrão.
- quando o pai foi ausente gerando mágoas, entre outras situações.
- Lei do equilíbrio entre o dar e receber: nas relações todos devem dar e receber igualmente, portanto o que ocorre é que alguns só recebem e o outro só da, quando isso acontece o casal separa, porque o que recebe demais não suporta e vai embora e passa a ser julgado porque foi injusto, o outro fez tudo por ele(a) e foi embora mesmo assim. A parte que só recebe se sente pequeno demais por receber tanto e não poder pagar da mesma forma.
Algumas possibilidades de situações:
- o que foi embora e recebia demais é julgado e este julgamento não passa despercebido para os filhos.
- aquele que da demais acha-se suficiente para os filhos, não precisa do outro genitor por ser auto-suficiente.
- quando um dos genitores vai embora o outro coloca o filho no lugar
E assim vamos para outra lei, a Hierarquia: precisa haver respeito na hierarquia, porque cada um tem o seu lugar no sistema, os que vieram primeiro devem ser respeitado, bisavós, avós, pais, filhos, primeiro filho, segundo filho, etc. O que acontece e é comum são hierarquias sendo desrespeitadas, filhos mandam nos pais como se fosse melhores que eles ou maiores, irmãos menores assumem responsabilidades de irmãos maiores, abortos excluídos e filhos que tentam ocupar este lugar, filhos tentando ocupar o lugar de um dos genitores.
Se a hierarquia não é respeitada a alienação toma conta facilmente, há julgamentos, criticas, por parte daqueles que se sentem maiores.
Dizer um profundo sim:
Quando colocamos uma Constelação vemos movimentos como a criança querer se aproximar de um dos genitores e o outro impedir, a criança sofre porque ama os pais mas teme magoar um deles, o que tem a guarda, e olha com amor para o outro mas permanece distante. Outro movimento é quando a criança se coloca entre os pais para protege-los de suas iras, mas isso é muito pesado para o filho.
Acordem pais (mãe e pai)
Para existir uma criança existiu um casal e um ato de amor, a criança é 50% do pai e 50% da mãe, assim ela se forma em sua totalidade. Denegrir um desses é tentar matar parte desta criança, é querer que ela seja incompleta, pela metade. A criança por sua vez sente uma profunda dor porque além de amar os pais, se vê obrigada a abrir mão dela mesma, de sua parte que vem de um dos genitores.
Quando um casal se une, cada um traz uma bagagem consigo, cheia de emaranhamentos e conflitos, estes se misturam e quando não resolvidos geram a separação/ brigas/ conflitos.
Olharem-se com o devido respeito é um caminho para aceitar esta parceria, os filhos, mas para olhar o outro com respeito é necessário que olhe para o passado, pais, avós... com respeito e é isso que a constelação permite.
É comum casais em conflitos que quando utilizam esta técnica conseguem se olhar, no minimo com respeito.
Com a visão da Constelação sabemos que cada um tem o seu lugar, pai, mãe e filho. Quando o lugar não é respeitado gera um grande vazio na vida dos filhos.
Da mãe a criança recebe a vida e do pai a força para a vida.
Uma das falas que usamos nas constelações e que deixo aqui para cada um que passa por estas situações, seja lá o alienado ou o alienador é:
_ Por favor pai
_ Por favor mãe
Sem mais,
Cristina S. Souza - Psicóloga Clinica e Facilitadora em Constelações Familiares