domingo, 31 de agosto de 2014

Alienação Parental - um olhar sistemico

Há algum tempo venho participando de um grupo de Alienação Parental em uma rede social, e muito tem me comovido ver o sofrimento daqueles que são afastados de seus filhos.
Mas muito antes fui tocada por diversas crianças e adolescentes que atendi cujos pais eram separados e percebia o maldito "jogo", cuja raiva e mágoa dos adultos, de forma muito egoísta é utilizada para ferir os filhos, pior que de forma inconsciente, pois estes pais acham que estão fazendo o melhor para os filhos e não percebem a dor que este sofre pela alienação.
E antes ainda pude acompanhar de forma bem pessoal uma situação, cuja guerra dos alienadores, resultou na criança um câncer que a levou à morte com 15 anos de idade. E isso é tão real e absurdo que no necrotério um dos alienadores virou para o pai e falou: "toma... agora ela é sua".

Sim isso é muito sério e deve ser visto com muito cuidado, a lei está tentando olhar, proteger, acompanhar, mas os casos são muitos e muitos nem chegam à lei, ficam escondidos na sociedade, nas famílias e nas casas e as crianças escondidas em suas dores, mágoas e revoltas. Adoecem, vão mal na escola, tornam-se agressivos ou passivos, como forma de gritar socorro pela sua dor.

Enquanto os adultos, pais, avós, tios.... sequer olham para esta dor e ficam em suas guerra de egos para ver quem ganha nesta briga, alguns abrem mão e abandonam e mesmo assim, a criança sofre.

Quem deve ser protegido? Quem deve ganhar? Quem precisa de pai e mãe?

Um olhar pela visão da Constelação Familiar 

Segundo a Constelação Familiar do Alemão Bert Hellinger, o sistema familiar é regido pelas ordens do amor, e estas ordens contém três leis, as quais serei breve na explicação, pois toda ela você encontra em nosso site www.espacocrescerpsicologia.com, e farei uma correlação com o assunto em pauta, alienação parental.

- Lei do pertencimento: todos têm o direito de pertencer ao sistema familiar, o problema é que alguns são excluídos, ex: aborto, assassinos, alcoólatras, ex namorados dos pais, etc. Quando alguém é excluído alguém do sistema atual pode vir para representar o excluído e fazer com que seja visto para que o sistema entre em ordem.
Algumas possibilidades de situações: 
- quando o pai do alienador foi excluído este pode fazer o mesmo com o genitor do filho repetindo o padrão.
- quando o pai foi ausente gerando mágoas, entre outras situações.

- Lei do equilíbrio entre o dar e receber: nas relações todos devem dar e receber igualmente, portanto o que ocorre é que alguns só recebem e o outro só da, quando isso acontece o casal separa, porque o que recebe demais não suporta e vai embora e passa a ser julgado porque foi injusto,  o outro fez tudo por ele(a) e foi embora mesmo assim. A parte que só recebe se sente pequeno demais por receber tanto e não poder pagar da mesma forma.
Algumas possibilidades de situações:
- o que foi embora e recebia demais é julgado e este julgamento não passa despercebido para os filhos.
- aquele que da demais acha-se suficiente para os filhos, não precisa do outro genitor por ser auto-suficiente.
- quando um dos genitores vai embora o outro coloca o filho no lugar 

E assim vamos para outra lei, a Hierarquia: precisa haver respeito na hierarquia, porque cada um tem o seu lugar no sistema, os que vieram primeiro devem ser respeitado, bisavós, avós, pais, filhos, primeiro filho, segundo filho, etc.  O que acontece e é comum são hierarquias sendo desrespeitadas, filhos mandam nos pais como se fosse melhores que eles ou maiores, irmãos menores assumem responsabilidades de irmãos maiores, abortos excluídos e filhos que tentam ocupar este lugar, filhos tentando ocupar o lugar de um dos genitores. 
Se a hierarquia não é respeitada a alienação toma conta facilmente, há julgamentos, criticas, por parte daqueles que se sentem maiores.

Dizer um profundo sim:

Quando colocamos uma Constelação vemos movimentos como a criança querer se aproximar de um dos genitores e o outro impedir, a criança sofre porque ama os pais mas teme magoar um deles, o que tem a guarda, e olha com amor para o outro mas permanece distante. Outro movimento é quando a criança se coloca entre os pais para protege-los de suas iras, mas isso é muito pesado para o filho.

Acordem pais (mãe e pai)
Para existir uma criança existiu um casal e um ato de amor, a criança é 50% do pai e 50% da mãe, assim ela se forma em sua totalidade. Denegrir um desses é tentar matar parte desta criança, é querer que ela seja incompleta, pela metade. A criança por sua vez sente uma profunda dor porque além de amar os pais, se vê obrigada a abrir mão dela mesma, de sua parte que vem de um dos genitores. 

Quando um casal se une, cada um traz uma bagagem consigo, cheia de emaranhamentos e conflitos, estes se misturam e quando não resolvidos geram a separação/ brigas/ conflitos.

Olharem-se com o devido respeito é um caminho para aceitar esta parceria, os filhos, mas para olhar o outro com respeito é necessário que olhe para o passado, pais, avós... com respeito e é isso que a constelação permite.

É comum casais em conflitos que quando utilizam esta técnica conseguem se olhar, no minimo com respeito.
Com a visão da Constelação sabemos que cada um tem o seu lugar, pai, mãe e filho. Quando o lugar não é respeitado gera um grande vazio na vida dos filhos. 
Da mãe a criança recebe a vida e do pai a força para a vida.

Uma das falas que usamos nas constelações e que deixo aqui para cada um que passa por estas situações, seja lá o alienado ou o alienador é:

_ Por favor pai
_ Por favor mãe


Sem mais, 


Cristina S. Souza - Psicóloga Clinica e Facilitadora em Constelações Familiares

          

3 comentários:

wendel disse...

Estou sendo impedido de, inclusive, ver minha filha. Do convívio, do direito de pai. Porém, a avó materna é quem cria tal situação. Até meu relacionamento ela conseguiu destruir, além do casamento civil que havia agendado.A mãe da criança, com quem namorei por quase 5 anos, segundo a vizinha, tem problemas mentais decorrentes de uma meningite. eu desconfiava de algo estranho com ela, não tinha certeza. A amava, talvez não quis perceber.

Mas, depois do nascimento da minha filha, não tenho mais dúvidas. A mãe e avó materna da minha filha, esconde o fato. E "manipula" a filha para se "apossar" da nossa filha. Alegou para o padre da paróquia próximo a residência que, sou pai ausente e que a mãe tem sim dificuldades, devido ao problema mental. E assim ,as escondidas realizou o batizado da menina.Esta sra já tinha feito tal ameaça a mim, de que eu não criaria a menina e nem tirava ela da casa.

Sofro muitíssimo com a situação, não posso ao menos ver minha filha. Já fui ameaçado pelo irmão da mãe da minha filha. A avó também se aproveita e faz acusações falsas, alega que sou agressivo, usa de falsa denúncia.Devido a isso tenho de me manter longe, embora ter ido com testemunhas, que inclusive são vizinhas dessa sra.
Repito, a morosidade da vara de família tem causado dor e desespero para mim. Peço ajuda. Aguardo contato.
Fiz plano de saúde, a família não utiliza para assim, creio, omitir qualquer problema. Me excluir mais da vida da minha filha. Exemplo da mãe, a testemunha informa MENINGITE com sequelas! Não sei do estado de saúde de minha filha. Já tentei informações, não tenho. Um detalhe, a irmã é psicóloga, trabalha na Cruz Vermelha de BH, age como autêntica alienadora parental. Foi ela quem disse que não usaria o plano de saúde que fiz para minha filha. E segundo a própria mãe da minha filha, essa irmã a agride!
Descobri que, a mãe da minha filha entrou tarde e saiu tarde do ensino fundamental. tem um relatório a descrevendo com "grandes dificuldades de raciocínio e atenção", de que, "necessita de atenção especial". Isso com ela aos 22 anos terminando o 8º ano do ensino fundamental. e segundo o histórico escolar, 6 anos depois ela terminou o ensino médio.
A mãe ou ela própria nunca me disse nada a respeito. Sobre uso de medicamentos ou qualquer problema. Será que o plano da avó ou da mãe mesmo era, se engravidar, ficar sim com a menina e somente isso? É o que elas tem feito.
A avó materna realizou uma cirurgia em 2012, ela tinha um aneurisma. A irmã, de 40 anos, não tem filhos, não teve, segundo a irmã, nenhum relacionamento amoroso, namoro, nada do tipo. A vida social dela se resumia a igreja católica. A TV "Canção Nova", e a viagens para lá, na sede da tal igreja. O irmão idem, apenas sem o foco religioso. Porém, o irmão, chegou a ameaçar minha mãe quando esta no portão da casa deles tentava dialogar. Fez ameaças a mim também. Registrei boletim policial.
Já o pai, figura mais submissa, mais indiferente na casa. Não opina, não se manifesta. Quando eu o indaguei sobre toda a situação, a alienação, atitude da família, isso na rua, disse: "Não sei de nada".
Que família é essa? A irmã, psicóloga? Agindo com agressão, "manipulação" da própria irmã que tem segundo vizinhos problemas de ordem mental e faz uso de medicamentos constantes? Absurdo. Ela, a psicóloga, seria a pessoa a buscar equilíbrio, paz, ajuda para a irmã. É tão somente egoísta e alienadora como a avó materna.
Qual análise possível desse caso? Alguma solução visível?

Agradeço.

Att. Wendel Amorim

Unknown disse...

Vejo que sua situação é bastante complicada Wendel, deve se acercar de um bom advogado para acompanha-lo na resolução de seu caso; quanto ao olhar da Constelação acredito que esses problemas ocorrem por haver emaranhados, mas a Constelação só é possível compreender participando de um grupo ou um workshop; nestes é explicado sobre o método e feito uma vivencia que leva a uma compreensão mais clara. Desatando os nós a tendencia é que a vida flua. Se morar em São Paulo, terei dois encontros este mês, dia 13 sábado e dia 21 domingo. Fone para informações: 3976.3838

Anônimo disse...

Que tal um texto, também, sobre situações em que o genitor (quem dera que a nobre palavra "pai" fosse digna de todos os homens..) com pouquíssima participação na vida do filho-por comprovado descaso- decide, de repente, entrar com ação de regulamentação de visitas pleiteando levar o filho em fins de semana, acusando a mãe de "obstaculizar", e mesmo sabendo que o filho rejeita a convivência e por si só adotou o padrasto como figura paterna, vendo neste o pai dedicado que o outro nunca se comprometeu a ser?? A pessoa injustamente acusada de alienação parental deveria ser mencionada nesses textos, também...ou o fato de passar 5 anos sendo praticamente mãe e pai, enquanto o genitor se embriagava em festinhas e eventos diversos e contribuía com valor financeiro irrisório e de má vontade, em raras ocasiões? Um indivíduo assim realmente será acolhido pela lei como um "herói" para o filho e a mãe a "malvada", por esta mãe ter a devida preocupação quando um juiz concede visitas de 2 dias a uma pessoa de vida desregrada e péssimo exemplo, que não via o filho há 3 anos mas mentindo que a mãe não permitia?..E tudo isto, infelizmente, com o intuito maior de tornar a vida da família (mãe, padrasto, filho, irmão) um inferno de preocupações, por não suportar que a vida da ex tenha seguido em frente numa boa? Ressaltando que não se trata de separar o filho dele (por que não ver na cidade onde a criança reside, a 2h de distância, durante um dia inteiro, ao menos a princípio??), e sim de que um juiz tenha consciência de que uma criança de 8 anos não é idiota e tira suas próprias conclusões de uma situação, e tbm que essa mesma criança adora o padrasto como pai e por vontade própria recusava ver o pai todas as vezes que isto lhe era perguntado. Gostaria de saber a visão de vcs sobre isto, pois vejo muito sobre vítimas de alienação, e ainda nada sobre vítimas de falsa acusação de alienação, extremamente devastadora também!