sexta-feira, 20 de abril de 2012

Traição X Fidelidade




Cumplicidade no relacionamento




A um tempo atrás  eu acreditava que um casal fiel era possível se houvesse amor, sentimentos como carinho, companheirismo, respeito entre outros. Defendia esta idéia e até dava o nome de teoria, achava que se o amor preenche tudo, então não caberia uma terceira pessoa.
Até que um certo dia estava em um consultório esperando atendimento médico e comecei a folhear uma revista, destas bem usadas, e me chamou atenção um artigo sobre traição. O artigo defendia a idéia que a  traição no relacionamento é impedida pela cumplicidade.
Para mim fez muito sentido, um casal em que um é cúmplice do outro normalmente é uma dupla em que os dois gostam das mesmas coisas, ou respeitam as poucas diferenças;  brincam juntos, fazem “piadas internas”, se entendem perfeitamente só pelo olhar, têm os mesmos desejos, as mesmas idéias e ideais, conversam sobre tudo. Completam-se.
Entendendo melhor:
- Gostar das mesmas coisas: quando temos um casal em que um gosta de dançar e o outro nem se atreve a fazê-lo, há uma frustração; ou um gosta de vida social e o outro de ficar em casa; entre outros gostos. Quando os dois gostam das mesmas coisas fica mais fácil serem cúmplices.
Se não gostam, fica aqui a sugestão para quem não gosta de dançar, fazer aulas de dança. Começar a se socializar, aos poucos. Procurar resgatar a criança interior, etc.
- Fazer piadas internas é aquele momento em que olhamos um para o outro, entendemos o que o outro pensa e rimos, enquanto os outros “voam”, não entendem nada.
- Brincar: há diversas formas de um casal brincar: comprar jogos de tabuleiro, fazer apostas, contar piadas, ficar tempos juntos sem internet, celular e TV, fazer cócegas, ver um filme (comédia romântica) comendo pipoca, etc.
- Quando há diferenças: que um possa respeitar os gostos do outro e se adaptar, participar, fazer parte.
- Conversar: é diferente de dialogar, ou de DR (discutir relação), conversar é falar sobre banalidades, sobre política, religião, fazer fofocas, falar das idéias, dos projetos, dos desejos, etc.
É comum perceber casais em que um culpa o outro por tudo, há uma rivalidade, uma competição, e muitas vezes casal que está há anos juntos e é assim que se tratam. Há amor, mas não há o que o amor requer.
O(a) parceiro(a), não deve ser tratado ou visto como inimigo e sim como parceiro(a), companheiro(a), cúmplice.
A melhor forma de buscar a cumplicidade é começar brincando. Portanto se o relacionamento está muito desgastado e não dá pra recuperar esta cumplicidade, talvez seja o momento de procurar ajuda de um profissional.
Falar em traição e fidelidade é muito mais que isso, mas por ora vamos ficar por aqui.

Indicações:
Filmes: Vem dançar comigo (Richard Gere); À prova de fogo
Jogos: Perfil, Jogo da vida, Jogos para adultos
Texto blog: Resgatando a criança interior
Cinema, parques, praias, teatros, etc. (a dois).



                                                                                                                Cristina S. Souza  -  Psicóloga

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