Somos um? Não, somos dois e sempre
seremos dois
Dois pensamentos, dois sentimentos.
Jamais pensaremos ou sentiremos como o outro.
Ainda que sintamos prazer juntos.Eu
nunca saberei qual é o prazer do outro – o gozo do outro.Ele nunca saberá o
meu.
No amor romântico diz-se somos um – ele
é a tampa da minha laranja ou da minha panela. Partindo-se da idéia de sermos
metade até encontrar aquele que irá nos completar. Porém eu te digo – Não – não
somos metades. Somos inteiros, uma laranja inteira, uma panela inteira. O outro
soma, não completa.
A questão é que muitas vezes no começo
do relacionamento, da paixão, abre-se concessões demais. Abre-se mão de uma
amizade aqui, outra ali. Um projeto aqui, outro ali ..e de repente, ops cadê
eu? Perde-se a identidade, não se sabe mais o que é, não se reconhece mais
separado do outro...é quando se diz "se ele me deixar eu morro"... "não
posso viver sem você". Certa vez ouvi essa analogia e achei
perfeita, "o outro não pode ser a luz dos meus olhos, pois
se ele me deixar não enxergarei mais, o outro pode ser a luz que ilumina o
caminho, porque se ele for embora, vou tateando no escuro até encontrar o
interruptor e acender uma nova luz".
No início da relação um
admirava o outro, afinal é preciso que haja admiração numa relação para que ela
exista – e admirava-se o outro pelo que ele era. Pelo que se podia ver dele.
Extrovertido, alegre, comunicativo, sedutor ..mas aí vai vindo o desejo de ter
tudo isso só pra si – como se fosse a partir de agora, o dono, o proprietário,
o sócio majoritário.
Vai perdendo-se muito de si mesmo e
quando percebe-se não existe mais o “eu” apenas o “nós” um não pode mais
estudar, fazer um curso (algo do eu). Não nem pensar – não pode mais ter lazer
– encontrar amigos, bater papo – jogar um futebol (eu?) não. É nós de
manhã, a tarde e a noite. E então quando se dá conta acabou a admiração que
sentiam um pelo outro, pois já não existem mais de forma separada.
Enquanto outros não conseguem ser
"nós", é apenas "eu", não existe sonho em comum, objetivos
, não pensa-se no bem estar do outro, apenas no "eu", o que "eu
quero" predomina na relação a qualquer custo. A isso não chamamos
de individualidade e sim de individualismo.
O grande desafio numa relação é
manter-se o que é, com sonhos e objetivos individuais, ao mesmo tempo em que
compartilha com o outro de sonhos e objetivos em comum.É a busca
pelo equilíbrio.
Para que exista “o nós e o eu” é
preciso entender como amamos , como aprendemos a amar.
Muitos não se sentem dignos de amor,
nem de dar, nem de receber.
Desde a infância aprendemos que o amor
é condicional, dependendo do que fizermos não seremos mais amado, ou aceito
pelo que somos ...ouvimos nas mensagens subi liminares que temos que ser
“bonzinho” para sermos amados. Lembro de uma priminha minha que tem uma
personalidade forte desde o nascimento, quando ela era bebê não gostava muito
que pegasse nela, e foi crescendo e só respondia alguém quando queria senão
ignorava e a mãe dela fica desesperada e me dizia , "ah ninguém vai gostar dessa
menina , o que eu faço?" Eu respondia – nada – deixa ela ser quem é – e quem
gostar dela será exatamente pelo que ela é. Então vamos moldando e sendo
moldados para sermos amados, aceitos, confirmados. Pois a ausência do amor
causa uma ferida muito maior ... então cedo aprendemos a abrir mão do que somos
para recebermos esse amor e seguimos assim na vida .
E assim observamos que na
relação à dois, através da convivência, as duas pessoas tendem a ir
modulando-se à imagem e semelhança do outro. Para ser aceito, por medo do
abandono ou simplesmente para se adequarem um ao outro de maneira a fazer com
que a relação dê certo.
E quanto mais carentes de amor e
aceitação algumas pessoas se sentem, mais isolamento, desconfiança e descrença
manifestam em suas relações atuais.
É preciso que numa relação amorosa haja
o respeito, ou seja, a capacidade de ver uma pessoa como ela é e conhecer sua
individualidade.
Para que consigamos amar
verdadeiramente o outro, é essencial que primeiro tenhamos amor próprio. E é
esse amor próprio que nos ajuda e nos abre caminhos. A importância da
auto-estima.
Há um conjunto de caracteristicas
peculiares ao amor romântico que impede que uma relação seja saudável:
§ O ciúme;
§ A possessividade;
§ A sensação de plenitude na presença do ser amado;
§ A sensação de vazio e solidão na ausência do ser amado;
§ O pensamento fixo no parceiro;
§ As expectativas irrealistas das atitudes e do
comportamento do outro;
§ A necessidade prioritária de estar na companhia do
parceiro;
§ As diferenças são sentidas como ameças ao relacionamento;
§ A atribuição da própria felicidade ou infelicidade ao
outro.
Para ser capaz de amar, é importante que a pessoa saiba se aproximar e
se afastar do outro com fluidez.
Pense nisso! Como você é quando ama,
quando se relaciona.Consegue ver a si mesmo e também ver o outro? Respeita e
mantém sua identidade ao mesmo tempo em que respeita o que o outro é sem querer
moldá-lo? Consegue ter prazer em estar junto e prazer em estar sozinho? Tem
sonhos para sua vida e sonhos que inclui o ser amado? Quais das características citadas acima, você identifica no seu relacionamento? Como você aprendeu a amar? "Eu" ou "Nós"? Lembrando que o ideal é "Eu e Nós"!
A consciência é o primeiro passo para a mudança!
Márcia Cortez
Psicóloga
Somos um? Não, somos dois e sempre
seremos dois
Dois pensamentos, dois sentimentos.
Jamais pensaremos ou sentiremos como o outro.
Ainda que sintamos prazer juntos.Eu
nunca saberei qual é o prazer do outro – o gozo do outro.Ele nunca saberá o
meu.
No amor romântico diz-se somos um – ele
é a tampa da minha laranja ou da minha panela. Partindo-se da idéia de sermos
metade até encontrar aquele que irá nos completar. Porém eu te digo – Não – não
somos metades. Somos inteiros, uma laranja inteira, uma panela inteira. O outro
soma, não completa.
A questão é que muitas vezes no começo
do relacionamento, da paixão, abre-se concessões demais. Abre-se mão de uma
amizade aqui, outra ali. Um projeto aqui, outro ali ..e de repente, ops cadê
eu? Perde-se a identidade, não se sabe mais o que é, não se reconhece mais
separado do outro...é quando se diz "se ele me deixar eu morro"... "não
posso viver sem você". Certa vez ouvi essa analogia e achei
perfeita, "o outro não pode ser a luz dos meus olhos, pois
se ele me deixar não enxergarei mais, o outro pode ser a luz que ilumina o
caminho, porque se ele for embora, vou tateando no escuro até encontrar o
interruptor e acender uma nova luz".
No início da relação um
admirava o outro, afinal é preciso que haja admiração numa relação para que ela
exista – e admirava-se o outro pelo que ele era. Pelo que se podia ver dele.
Extrovertido, alegre, comunicativo, sedutor ..mas aí vai vindo o desejo de ter
tudo isso só pra si – como se fosse a partir de agora, o dono, o proprietário,
o sócio majoritário.
Vai perdendo-se muito de si mesmo e
quando percebe-se não existe mais o “eu” apenas o “nós” um não pode mais
estudar, fazer um curso (algo do eu). Não nem pensar – não pode mais ter lazer
– encontrar amigos, bater papo – jogar um futebol (eu?) não. É nós de
manhã, a tarde e a noite. E então quando se dá conta acabou a admiração que
sentiam um pelo outro, pois já não existem mais de forma separada.
Enquanto outros não conseguem ser
"nós", é apenas "eu", não existe sonho em comum, objetivos
, não pensa-se no bem estar do outro, apenas no "eu", o que "eu
quero" predomina na relação a qualquer custo. A isso não chamamos
de individualidade e sim de individualismo.
O grande desafio numa relação é
manter-se o que é, com sonhos e objetivos individuais, ao mesmo tempo em que
compartilha com o outro de sonhos e objetivos em comum.É a busca
pelo equilíbrio.
Para que exista “o nós e o eu” é
preciso entender como amamos , como aprendemos a amar.
Muitos não se sentem dignos de amor,
nem de dar, nem de receber.
Desde a infância aprendemos que o amor
é condicional, dependendo do que fizermos não seremos mais amado, ou aceito
pelo que somos ...ouvimos nas mensagens subi liminares que temos que ser
“bonzinho” para sermos amados. Lembro de uma priminha minha que tem uma
personalidade forte desde o nascimento, quando ela era bebê não gostava muito
que pegasse nela, e foi crescendo e só respondia alguém quando queria senão
ignorava e a mãe dela fica desesperada e me dizia , "ah ninguém vai gostar dessa
menina , o que eu faço?" Eu respondia – nada – deixa ela ser quem é – e quem
gostar dela será exatamente pelo que ela é. Então vamos moldando e sendo
moldados para sermos amados, aceitos, confirmados. Pois a ausência do amor
causa uma ferida muito maior ... então cedo aprendemos a abrir mão do que somos
para recebermos esse amor e seguimos assim na vida .
E assim observamos que na
relação à dois, através da convivência, as duas pessoas tendem a ir
modulando-se à imagem e semelhança do outro. Para ser aceito, por medo do
abandono ou simplesmente para se adequarem um ao outro de maneira a fazer com
que a relação dê certo.
E quanto mais carentes de amor e
aceitação algumas pessoas se sentem, mais isolamento, desconfiança e descrença
manifestam em suas relações atuais.
É preciso que numa relação amorosa haja
o respeito, ou seja, a capacidade de ver uma pessoa como ela é e conhecer sua
individualidade.
Para que consigamos amar
verdadeiramente o outro, é essencial que primeiro tenhamos amor próprio. E é
esse amor próprio que nos ajuda e nos abre caminhos. A importância da
auto-estima.
Há um conjunto de caracteristicas
peculiares ao amor romântico que impede que uma relação seja saudável:
§ O ciúme;
§ A possessividade;
§ A sensação de plenitude na presença do ser amado;
§ A sensação de vazio e solidão na ausência do ser amado;
§ O pensamento fixo no parceiro;
§ As expectativas irrealistas das atitudes e do
comportamento do outro;
§ A necessidade prioritária de estar na companhia do
parceiro;
§ As diferenças são sentidas como ameças ao relacionamento;
§ A atribuição da própria felicidade ou infelicidade ao
outro.
Para ser capaz de amar, é importante que a pessoa saiba se aproximar e
se afastar do outro com fluidez.
Pense nisso! Como você é quando ama,
quando se relaciona.Consegue ver a si mesmo e também ver o outro? Respeita e
mantém sua identidade ao mesmo tempo em que respeita o que o outro é sem querer
moldá-lo? Consegue ter prazer em estar junto e prazer em estar sozinho? Tem
sonhos para sua vida e sonhos que inclui o ser amado? Quais das características citadas acima, você identifica no seu relacionamento? Como você aprendeu a amar? "Eu" ou "Nós"? Lembrando que o ideal é "Eu e Nós"!
A consciência é o primeiro passo para a mudança!
Márcia Cortez
Psicóloga
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