Escolhas
Ainda sobre passado, presente e futuro estive
refletindo.
Observando algumas pessoas e mais ainda, algumas
vidas, observo algumas diferenças:
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Algumas
pessoas são felizes e outras não
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Algumas
se casam e outras ficam solteiras
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Alguns
têm filhos e outros escolhem não tê-los
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Uns
fazem faculdade, outros não
-
Uns
escolhem procurar ajuda e outros preferem ficar no sofrimento
-
Uns
são vida e outros morte
Toda escolha tem uma renuncia
Eis um dos grandes fatores que dificulta na hora de
fazer escolhas.
Para escolher algo sempre precisamos abrir mão de um
outro algo. E muitas vezes escolhemos o que é mais prazeroso ou conveniente no
momento.
Olhando para minha vida, acredito que fiz as
escolhas certas, pelo menos até agora, creio que sim.
Amo minha profissão, a desejei desde sempre e me
realizo com ela, sou feliz com cada trabalho que faço dentro da Psicologia,
seja atendimentos, grupos, palestras ou cursos. Também amo estuda-la e aprender
sobre ela, amo fazer terapia pessoal, que faz parte da minha profissão.
Escolhi ter dois filhos, também desde sempre, e as
tive. Enquanto mãe, sempre vem as duvidas se acertei ou errei em minhas
escolhas na educação, mas até aqui, parece que tenho mais acertado que errado,
claro que com falhas e muitas, mas tem dado certo.
Relacionamento, sim tive mesmo que escolher entre
amor e paixão, optei pelo amor, e esta também dando certo.
Optei por ser uma filha obediente, e foi muito bom.
Optei por não ingerir álcool, drogas e nem mesmo cigarro, e acho que fiz ótimas
escolhas.
Optei por fazer algumas renuncias, e renunciar não é
fácil. Renunciar é igual a perder, abrir mão, e não somos preparados para
perdas, queremos sempre vencer.
Queremos tudo e às vezes o tudo não convém, porque são
desejos extremamente opostos.
Por Exemplo, querer fazer uma faculdade e não querer
ler e estudar, são desejos que não se misturam. Ou um ou outro. Querer viver
uma paixão, ou com uma paixão às vezes pode ser uma escolha que traz
sofrimento, escolher viver o amor pode ser mais fácil.
Lembro de uma pessoa querida que conheci na minha
adolescência, ela uma mulher adulta, 3 filhos pequenos, 6 – 8 – e 10 anos, era
apaixonada por um homem, ela separada e ele solteiro, mas era uma paixão que a
fazia sofrer, muitas vezes ela chegava com olho roxo depois de uma briga, e no
final ela escolheu a esta paixão e abriu mão dos filhos.
Não dá pra julgar, porque é uma escolha. O que leva
as pessoas a escolherem um caminho é muito subjetivo.
Muitas vezes, como neste exemplo, é uma força
interna maior, a pessoa até vê a possibilidades de fazer escolhas diferentes,
mas não consegue, quer, tenta mas não tem forças suficiente.
Nestas situações, ou situações similares, se faz
necessário a ajuda de um profissional, mas o mais impressionante é que essas
pessoas torcem o nariz diante desta possibilidade.
Lembro de uma outra situação, vivida por uma pessoa
conhecida: o filho, 7 anos começou ir mal na escola, não aprendia a ler e
escrever, a escola pediu uma avaliação neurológica, a mãe revoltada com a
escola tirou o filho e colocou em uma outra escola; o mesmo aconteceu, a escola
pediu uma avaliação neurológica, a mãe se revolta e escolhe colocar o filho em
uma escola pública, as anteriores eram particular. Perdi contato e anos depois,
a criança já era um jovem, 19 anos e percebia-se visivelmente que tinha
dificuldades, na fala, no andar. E me peguei a pensar se essa mãe tivesse
ouvido, tivesse cuidado, levado onde fosse necessário, teria este rapaz se
desenvolvido sem as dificuldades que hoje, estavam muito mais aparente que na
infância?
O que leva a s pessoas a fazerem estas
escolhas???????
Escolher não fazer e o pior escolher não enxergar,
negar. Eu sei que Freud explica, em suas teorias ele fala dos mecanismos de
defesa: negação, sublimação, projeção, etc.
Mas ainda assim, porque fazemos escolhas que podem
ser ruins lá na frente, e não só pra quem escolheu, também para quem convive
com quem escolheu.
Uma escolha errada vai refletir na vida de muitas
pessoas.
Algumas teorias falam que não existe certo ou errado
quando se trata de escolhas. A partir do momento que se faz uma escolha sabendo
das consequências desta, ai sim é uma boa escolha. Se escolho, por exemplo
comprar uma roupa ao invés de pagar uma conta, sei que terá conseqüências,
receberei cobranças, pagarei multas entre outras, mas se mesmo assim escolho
este caminho, ok. Fiz uma escolha.
O problema é que as pessoas não param para pensar
nas escolhas que estão fazendo, seguem impulso, fazem por prazer, por ser mais
fácil e por comodismo. Fazem escolhas sem a consciência das conseqüências. Por
vezes até fazem escolhas por esperança, como por exemplo, namorar alguém que é
alcoólatra e achar que quando casar ele vai deixar de ser. Só que não, não é
assim que as coisas funcionam.
O poder do inconsciente:
Temos em nosso psiquismo a consciência e o
inconsciente. Alguns defendem que 5% é consciência: o que pensamos, vemos,
ouvimos e o que estamos consciente no presente, todo o resto, ou seja, 95% é
inconsciente.
Sendo assim a força do nosso inconsciente é muito
grande, temos mecanismos inconscientes que funcionam em função de realizar
nossos desejos, desejos inconscientes.
Nosso desejo consciente é 5% e o desejo inconsciente 95%
Também no nosso psiquismo funciona assim, escolho estudar,
fazer uma faculdade, 5%. Mas meu desejo inconsciente é não estudar, tenho que
me dedicar, estudar, ler, pagar a faculdade, comprar livros e abrir mão de
dormir, passear, namorar, etc.... o que o inconsciente faz? Cria caminhos para
a não realização do desejo consciente. O inconsciente sabota a consciência,
como? Começa a aparecer despesas extras, com saúde, casa, documentos e ai não
dá pra pagar uma faculdade, por exemplo.
Essa divisão ocorre porque, uma parte minha quer uma
coisa e a outra parte quer outra oposta, é uma guerra que nasce mesmo dentro de
nós, na mente, na alma e é expressada nos comportamentos e nos relacionamentos.
Mas de tudo isso o que mais me dói, é ver que a vida
oferece a oportunidade para que as pessoas olhem e possa fazer melhores
escolhas, com ajuda profissional, e as pessoas ignoram ou até torcem o nariz
para as diversas áreas de atuação que podem contribuir para uma melhor
qualidade de vida.
Eu escolhi, que sim, preciso de ajuda de
profissionais e sei que minhas escolhas têm dado certo porque escolhi ser ajudada.
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