domingo, 14 de julho de 2013

Escolhas

Escolhas

 
Ainda sobre passado, presente e futuro estive refletindo.
Observando algumas pessoas e mais ainda, algumas vidas, observo algumas diferenças:
-         Algumas pessoas são felizes e outras não
-         Algumas se casam e outras ficam solteiras
-         Alguns têm filhos e outros escolhem não tê-los
-         Uns fazem faculdade, outros não
-         Uns escolhem procurar ajuda e outros preferem ficar no sofrimento
-         Uns são vida e outros morte



Toda escolha tem uma renuncia  


Eis um dos grandes fatores que dificulta na hora de fazer escolhas.
Para escolher algo sempre precisamos abrir mão de um outro algo. E muitas vezes escolhemos o que é mais prazeroso ou conveniente no momento.



Olhando para minha vida, acredito que fiz as escolhas certas, pelo menos até agora, creio que sim.
Amo minha profissão, a desejei desde sempre e me realizo com ela, sou feliz com cada trabalho que faço dentro da Psicologia, seja atendimentos, grupos, palestras ou cursos. Também amo estuda-la e aprender sobre ela, amo fazer terapia pessoal, que faz parte da minha profissão.
Escolhi ter dois filhos, também desde sempre, e as tive. Enquanto mãe, sempre vem as duvidas se acertei ou errei em minhas escolhas na educação, mas até aqui, parece que tenho mais acertado que errado, claro que com falhas e muitas, mas tem dado certo.
Relacionamento, sim tive mesmo que escolher entre amor e paixão, optei pelo amor, e esta também dando certo.

Optei por ser uma filha obediente, e foi muito bom. Optei por não ingerir álcool, drogas e nem mesmo cigarro, e acho que fiz ótimas escolhas.
Optei por fazer algumas renuncias, e renunciar não é fácil. Renunciar é igual a perder, abrir mão, e não somos preparados para perdas, queremos sempre vencer.
Queremos tudo e às vezes o tudo não convém, porque são desejos extremamente opostos.

Por Exemplo, querer fazer uma faculdade e não querer ler e estudar, são desejos que não se misturam. Ou um ou outro. Querer viver uma paixão, ou com uma paixão às vezes pode ser uma escolha que traz sofrimento, escolher viver o amor pode ser mais fácil.

Lembro de uma pessoa querida que conheci na minha adolescência, ela uma mulher adulta, 3 filhos pequenos, 6 – 8 – e 10 anos, era apaixonada por um homem, ela separada e ele solteiro, mas era uma paixão que a fazia sofrer, muitas vezes ela chegava com olho roxo depois de uma briga, e no final ela escolheu a esta paixão e abriu mão dos filhos.
Não dá pra julgar, porque é uma escolha. O que leva as pessoas a escolherem um caminho é muito subjetivo.
 
Muitas vezes, como neste exemplo, é uma força interna maior, a pessoa até vê a possibilidades de fazer escolhas diferentes, mas não consegue, quer, tenta mas não tem forças suficiente.
Nestas situações, ou situações similares, se faz necessário a ajuda de um profissional, mas o mais impressionante é que essas pessoas torcem o nariz diante desta possibilidade.

Lembro de uma outra situação, vivida por uma pessoa conhecida: o filho, 7 anos começou ir mal na escola, não aprendia a ler e escrever, a escola pediu uma avaliação neurológica, a mãe revoltada com a escola tirou o filho e colocou em uma outra escola; o mesmo aconteceu, a escola pediu uma avaliação neurológica, a mãe se revolta e escolhe colocar o filho em uma escola pública, as anteriores eram particular. Perdi contato e anos depois, a criança já era um jovem, 19 anos e percebia-se visivelmente que tinha dificuldades, na fala, no andar. E me peguei a pensar se essa mãe tivesse ouvido, tivesse cuidado, levado onde fosse necessário, teria este rapaz se desenvolvido sem as dificuldades que hoje, estavam muito mais aparente que na infância?

O que leva a s pessoas a fazerem estas escolhas???????

Escolher não fazer e o pior escolher não enxergar, negar. Eu sei que Freud explica, em suas teorias ele fala dos mecanismos de defesa: negação, sublimação, projeção, etc.

Mas ainda assim, porque fazemos escolhas que podem ser ruins lá na frente, e não só pra quem escolheu, também para quem convive com quem escolheu.
Uma escolha errada vai refletir na vida de muitas pessoas.

Algumas teorias falam que não existe certo ou errado quando se trata de escolhas. A partir do momento que se faz uma escolha sabendo das consequências desta, ai sim é uma boa escolha. Se escolho, por exemplo comprar uma roupa ao invés de pagar uma conta, sei que terá conseqüências, receberei cobranças, pagarei multas entre outras, mas se mesmo assim escolho este caminho, ok. Fiz uma escolha.

O problema é que as pessoas não param para pensar nas escolhas que estão fazendo, seguem impulso, fazem por prazer, por ser mais fácil e por comodismo. Fazem escolhas sem a consciência das conseqüências. Por vezes até fazem escolhas por esperança, como por exemplo, namorar alguém que é alcoólatra e achar que quando casar ele vai deixar de ser. Só que não, não é assim que as coisas funcionam.

O poder do inconsciente:

Temos em nosso psiquismo a consciência e o inconsciente. Alguns defendem que 5% é consciência: o que pensamos, vemos, ouvimos e o que estamos consciente no presente, todo o resto, ou seja, 95% é inconsciente.
Sendo assim a força do nosso inconsciente é muito grande, temos mecanismos inconscientes que funcionam em função de realizar nossos desejos, desejos inconscientes.

Nosso desejo consciente é 5% e o desejo inconsciente 95% 

Também no nosso psiquismo funciona assim, escolho estudar, fazer uma faculdade, 5%. Mas meu desejo inconsciente é não estudar, tenho que me dedicar, estudar, ler, pagar a faculdade, comprar livros e abrir mão de dormir, passear, namorar, etc.... o que o inconsciente faz? Cria caminhos para a não realização do desejo consciente. O inconsciente sabota a consciência, como? Começa a aparecer despesas extras, com saúde, casa, documentos e ai não dá pra pagar uma faculdade, por exemplo.

Essa divisão ocorre porque, uma parte minha quer uma coisa e a outra parte quer outra oposta, é uma guerra que nasce mesmo dentro de nós, na mente, na alma e é expressada nos comportamentos e nos relacionamentos.

Mas de tudo isso o que mais me dói, é ver que a vida oferece a oportunidade para que as pessoas olhem e possa fazer melhores escolhas, com ajuda profissional, e as pessoas ignoram ou até torcem o nariz para as diversas áreas de atuação que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida.

Eu escolhi, que sim, preciso de ajuda de profissionais e sei que minhas escolhas têm dado certo porque escolhi ser ajudada.

E você? Escolhe o que?




Por:  Cristina Souza - Psicóloga

Nenhum comentário: